Festival de asneiras do governo Bolsonaro ameaça o Brasil em diversas áreas, diz Humberto

 
 

O parlamentar também considerou um mico internacional a retirada da candidatura do Brasil a sediar a Conferência do Clima da ONU, que ocorreria no país no próximo ano. A decisão foi publicada hoje na imprensa. Foto: Roberto Stuckert Filho
O parlamentar também considerou um mico internacional a retirada da candidatura do Brasil a sediar a Conferência do Clima da ONU, que ocorreria no país no próximo ano. A decisão foi publicada hoje na imprensa. Foto: Roberto Stuckert Filho

 
As seguidas bobagens ditas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e seus aliados já causam, na avaliação do líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), imensos estragos, preocupação e desconforto em diversos setores do país. Para o senador, as tolices sem fim têm um imenso potencial destrutivo ao Brasil e pautam o viés ideológico da futura gestão.
Referência da direita e de Bolsonaro, o escritor Olavo de Carvalho também foi alvo, nesta quarta-feira (28), de críticas de Humberto. Depois de ter indicado os ministros das Relações Exteriores e da Educação, que acreditam que o aquecimento global é uma criação para beneficiar comunistas e que a ditadura brasileira deve ser celebrada, respectivamente, Carvalho é cotado para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
“O presidente eleito é um grande fã de Olavo de Carvalho, figura que tem como hobby matar ursos para comer as suas carnes e que diz que cigarro não causa câncer de pulmão, vacinação infantil mata ou endoida crianças, Pepsi é feita com células de feto abortado e a Terra não gira em torno do sol”, detonou.
Humberto, que já foi ministro da Saúde no governo Lula, ressaltou que a onda estimulada por Carvalho sobre não-vacinação, em meio à difusão de teorias absurdas e sem qualquer base científica, fez o índice de imunização no Brasil cair, em 2017, à pior taxa dos últimos 16 anos.
“Isso poderá resultar, infelizmente, no crescimento da mortalidade infantil e trazer de volta doenças erradicadas ou sob controle”, analisou.
O parlamentar também considerou um mico internacional a retirada da candidatura do Brasil a sediar a Conferência do Clima da ONU, que ocorreria no país no próximo ano. A decisão foi publicada hoje na imprensa.
Ele atribuiu a culpa a Bolsonaro e ao futuro chanceler, Ernesto Araújo, que critica o aquecimento global e o chama de alarmismo climático. O futuro ministro também já prometeu atacar o que chama de pautas abortivas e anticristãs e a imigração. “Um desastre”, diz Humberto.
Já o futuro ministro da Educação, Ricardo Rodrígues Vélez, lembra o parlamentar, já disse que o presidente eleito terá o direito de ver a prova do Enem antecipadamente para interferir diretamente na condução do seu conteúdo, que o golpe militar de 1964 deve ser comemorado e que é bobagem falar em democratização das universidades “porque nem todo mundo é chamado a fazer ensino superior”.
“É absolutamente lamentável e deprimente assistir a essa exaltação da burrice. E imaginar que, anos atrás, nós tínhamos como presidente um torneiro mecânico que foi o responsável pela construção do maior número de universidades e escolas técnicas da nossa história”, declarou o líder da Oposição.
No entendimento do senador, o país está diante de um retrocesso anunciado em costumes, em direitos políticos e direitos civis, em conquistas históricas, que precisa ser vigorosamente combatido para evitar a queda para um pavoroso obscurantismo de ideias e comportamentos. “Torço para que esse festival de asneiras não se concretize e que o país retome o seu caminho”, concluiu.