Humberto diz que Senado não terá “processo guiado por vingança”

Humberto comentou sessão da Câmara
Humberto comentou sessão da Câmara

Comparando o processo de votação do impeachment, ontem, com um “circo de horrores”, o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), disse estar confiante no apoio a presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa e na postura do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) na condução do processo.

“No Senado, tenham certeza, não teremos um processo guiado pela vingança, pelo rancor e pela perseguição política que se viu no processo presidido de forma arbitrária e parcial pelo presidente da Câmara. Confiamos na responsabilidade e na análise mais serena dos senhores senadores. Confiamos, igualmente, que, aqui, a presidência da Casa exercerá restritamente o seu papel de magistrado, não será um cabo eleitoral de um vice-presidente traidor e golpista”, disparou o senador.

Para Humberto, o processo na Câmara representou “um golpe contra a Constituição”. “Não tem outro nome para o que foi feito. Mais de 54 milhões de brasileiros tiveram desrespeitada a sua vontade expressa nas urnas, em 2014, sem justificativa. Um castigo sem crime. Um assalto à democracia”, completou.

O senador defendeu a mobilização permanente nas ruas. “Temos o que defender e lutamos o melhor dos combates. Isto porque temos ao nosso lado o povo brasileiro que não aceitará perder as conquistas obtidas durante os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma”, afirmou.

Humberto também criticou a postura do vice-presidente da República, Michel Temer, que vem anunciando possíveis reformas, caso assuma o mandato. “Vamos brigar até o fim contra a tentativa de retirar do trabalhador os seus direitos, de ver sumirem programas como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida, o Pronatec, o Fies”, disse e completou: “A supressão de tudo isto está do arremedo de programa de governo que, a mando da Fiesp e, com toda certeza, do PSDB, o vice-presidente golpista já distribui por aí, com a mesma desfaçatez com que já negocia cargos e promete benesses”.

Para o líder, a condução do processo de impeachment também ameaça a credibilidade internacional do País. “Não é só o Brasil que hoje está absolutamente envergonhado pela repercussão internacional daquela farsa grotesca que aconteceu no dia de ontem. Basta olhar o que dizem alguns jornais importantes internacionais e revistas também. A Der Spiegel já está chamando o impeachment de golpe frio. O Página/12, da Argentina, fala abertamente em golpe institucional no Brasil e dá a um de seus artigos o título de “O Golpe dos Escravocratas””, exemplificou o senador.