Humberto: “Mendonça sabe cortar na carne, mas só na dos outros”

Humberto: É essa a política do governo Temer: para os amigos tudo, para o povo só arrocho. Foto: PT no Senado
Humberto: É essa a política do governo Temer: para os amigos tudo, para o povo só arrocho. Foto: PT no Senado

Em meio ao movimento de ocupações de escolas e universidades em todo o país, uma ação do ministério da Educação gerou ainda mais críticas à gestão do ministro Mendonça Filho (DEM). A pasta lançou edital para a contratação de serviço de alimentação 24 horas por dia, e sete dias por semana, sem licitação, no valor de R$ 189 mil. Após a divulgação do edital pela imprensa e a repercussão do caso, no entanto, a contratação foi cancelada. No Senado, o líder do PT, Humberto Costa, disse que a gestão Mendonça, mais uma vez, revela o seu “descaso com a educação”.
“O ministro, que vem sendo chamado de Mãos de Tesoura, mostra que sabe cortar na carne, mas só na dos outros. Dinheiro para assegurar escola e merenda de qualidade para os alunos não existe, mas para garantir suas mordomias tem. É essa a política do governo Temer: para os amigos tudo, para o povo só arrocho”, afirmou.
Na sua justificativa para a contratação, o MEC defendia o gasto com alimentação como a forma de “assegurar o conforto” e aumentar a “eficiência” das viagens do ministro. E solicitava refeições à base de frutos do mar e salada “caprese” nos voos. O edital também previa o serviço de bordo e refeições para Mendonça e uma equipe de 10 pessoas. No entanto, servidores em deslocamento por motivos profissionais têm garantida diária que também inclui gastos com alimentação.
Após mandar cancelar o edital, o ministro Mendonça Filho alegou desconhecimento da licitação. “Das duas uma: ou ministro é incompetente ao ponto de não saber sequer o que manda contratar ou é dado a ações que são suspensas no primeiro sinal de investigação pela imprensa. Eu, sinceramente, não sei o que é pior”, disse Humberto.
O senador também fez questão de ressaltar a ação dos estudantes em Pernambuco e no Brasil, que tem ocupado mais de mil escolas e universidades contra a aprovação da PEC 55, que congela os gastos com saúde e educação, e contra a reforma do ensino médico. “A ocupação das escolas é o maior movimento estudantil desde a época da Ditadura Militar. E a ação só faz crescer. A juventude está dando exemplo de luta, força e esperança com essas ações”, elogiou Humberto.