Humberto pede pressão popular contra o golpe nesta reta final

Humberto: vamos nos mobilizar até o deste processo de golpe contra Dilma. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Humberto: vamos nos mobilizar até o deste processo de golpe contra Dilma. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 
A quatro dias da votação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados, o líder do Governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), subiu à tribuna da Casa nesta quarta-feira (13) para pedir ao povo brasileiro intensa mobilização nesta reta final “em defesa da democracia e deste Brasil socialmente mais justo” construído a partir das políticas públicas implementadas pelos Governos Lula e Dilma ao longo da última década.
Falando diretamente aos brasileiros, Humberto pediu para que não abram mão nem de um palmo de cada espaço público que ocuparem em favor dos avanços institucionais, sociais e econômicos, da Constituição Federal e contra o retrocesso e a ruptura da ordem democrática.
“Vamos nos mobilizar até o fim deste processo de golpe contra Dilma. Não acreditem em estimativas de votos que dão vitória a eles. Nossa luta terá de ser permanente até nós ganharmos definitivamente esse processo golpista, que também tem sido condenado por diversas instâncias internacionais”, ressaltou.
No discurso, o parlamentar pediu para que os eleitores procurem saber como votam os seus deputados a fim de pressioná-los “de maneira respeitosa e sem agressões”. “Pressionem os indecisos e aqueles que dizem que vão votar a favor do impeachment. Dialoguem com eles para que mudem de voto ou se abstenham de compactuar com essa destruição que querem impor às políticas públicas exitosas do Brasil”, insistiu.
Em Brasília, palco da votação de domingo, há vários grupos contrários ao golpe chegando de todos os cantos do país, desde o começo da semana, para passeatas na Esplanada dos Ministérios. Vários atos estão programados em todo o país até domingo.
Para o líder do Governo, o que está em conflito nesse processo do impedimento da presidenta são dois Brasis: o do arrocho, miséria, desemprego e privatização das riquezas nacionais, representado pela “trupe que quer golpear Dilma” e destituí-la do cargo para devolver o país à década de 90, e o Brasil do avanço.
“Estamos falando de um Brasil agora de ganho real do salário mínimo, do aumento de renda da população, do respeito aos aposentados e pensionistas, o Brasil que saiu do mapa da fome e que retirou mais de 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, o Brasil da igualdade racial e de gênero, das universidades, das escolas técnicas, do Pronatec, do ProUni, do Fies, do Bolsa Família, do Minha Casa, Minha Vida”, listou.
O senador acredita que o atual momento pode ser descrito como uma luta em que todos estão juntos e que não vai parar até que se vença e se impinja a “essa corja de golpistas uma derrota que os varra para o lixo da História”.
Humberto também chamou a atenção para as estimativas feitas, principalmente do lado da oposição, dos votos contrários à presidenta Dilma. Para ele, os últimos dias fizeram surgir outra profissão além da de analista político: a de contador de votos favoráveis.
“Não são poucos os que têm cantado vitória, arriscando placares absolutamente estapafúrdios, para mentir, de maneira escancarada, sobre o resultado da votação do próximo domingo”, comentou.
O senador ressaltou que o jogo ainda não está resolvido, pois há avanços e retrocessos, a cada hora, para os dois lados, e que não existe um só levantamento feito por instituições sérias que dê os 342 votos necessários aos golpistas ou mesmo os 172 votos necessários aos defensores do Estado democrático de Direito. “Quem quer que se arrisque nessa definição ou está dando palpite ou está fazendo bravata”, criticou.