Para Humberto, aumenta pressão internacional sobre o Brasil

Humberto: Vamos denunciar aqui no Uruguai a situação alarmante que o país vive. Foto: André Corrêa/ Liderança do PT (Arquivo)
Humberto: Vamos denunciar aqui no Uruguai a situação alarmante que o país vive. Foto: André Corrêa/ Liderança do PT (Arquivo)

 
O aumento da instabilidade política no país com a chegada do governo interino de Michel Temer (PMDB) ao poder, que já perdeu três ministros envolvidos em denúncias de corrupção em pouco mais de um mês, tem repercutido negativamente no mundo todo. Esta é a avaliação do líder do Governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que está em Montevidéu para participar de reunião do Parlamento do Mercosul (Parlasul) e intensificar a pressão internacional sobre o Brasil por ruptura da ordem democrática.
Depois de virem à tona delações premiadas de pessoas do próprio partido de Temer que revelam pagamentos milionários de propina a integrantes do Governo e após revelações de que caciques do PMDB tramaram o fim da Operação Lava Jato, Humberto acredita que o cerco externo contra o país aumentou consideravelmente.
Segundo o senador, que é membro da Comissão Especial do Impeachment do Senado, autoridades públicas do mundo todo acompanham o processo de afastamento de Dilma Rousseff com preocupação, em meio a um quadro político que se agrava cada vez mais desde a saída da presidenta.
“Vamos denunciar aqui no Uruguai a situação alarmante que o país vive. Não é possível que assistamos a tudo isso que as investigações estão mostrando sem tomar nenhuma providência. Eles rasgaram a Constituição Federal num ato antidemocrático para tirar uma presidenta legitimamente eleita pela maioria do povo brasileiro com o objetivo de barrar a Lava Jato e saírem impunes”, diz.
Responsável por conquistar a oportunidade de o Brasil sediar a assembleia geral do Parlamento das Américas (ParlAmericas) este ano, Humberto resolveu propor o cancelamento do encontro no país por conta do quadro político instável e da insatisfação popular com o governo interino.
“Com esse clima de quebra da ordem democrática, de protestos pelas ruas das cidades brasileiras contra o golpe aplicado a Dilma e de revelações da Lava Jato sobre tentativas de estancar a sangria das investigações, o Brasil não possui condições de sediar um evento de parlamentares do continente inteiro. Vamos organizá-lo em outro país”, comentou Humberto, que integra o Conselho de Administração do ParlAmericas.
O ParlAmericas foi criado há 15 anos e tem como objetivo discutir o fortalecimento do papel dos parlamentos na governança democrática e no desenvolvimento sustentável da América. No total, a rede independente é composta por representantes de legislaturas nacionais de 35 países das Américas e do Caribe.
O senador retorna ao Brasil na próxima quarta-feira (22) e deverá participar da sessão plenária do Senado e de reunião da Comissão Especial do Impeachment.