Somente Dilma pode devolver direito de voto aos brasileiros, diz Humberto

Líder do PT afirma que Dilma é a única capaz de propor novas eleições presidenciais. Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado
Líder do PT afirma que Dilma é a única capaz de propor novas eleições presidenciais. Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

 
 
Frontalmente contrário ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) por considerá-lo um golpe de Estado, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que a presidenta é a única pessoa, hoje, que pode devolver o direito de voto de todos os brasileiros. A declaração foi dada nesta terça-feira (9), da tribuna do plenário, durante a sessão sobre a pronúncia de Dilma por crime de responsabilidade.
Segundo Humberto, o retorno dela ao Palácio do Planalto como presidenta da República efetiva, como determinou a maioria dos eleitores nas urnas em 2014, será a volta da democracia no país. “Com Dilma, teremos plebiscito para definir novas eleições. Hoje, estamos vivendo uma triste página da nossa história e só iremos superá-la impedindo a aprovação dessa farsa”, disse.
O parlamentar ressaltou que as forças políticas que não conseguiram chegar ao poder por meio do voto popular usam o impeachment para construir um atalho sujo para chegar ao comando da nação e com isso derrubar a presidenta legitimamente eleita.
“Foi isso que aconteceu desde 2014. Desde então, assistimos à maior sabotagem política e econômica que se viveu na história do Brasil. A presidenta nunca teve tolerância e compreensão por parte da oposição e da grande mídia desse país. A decisão era uma só: tirar a presidenta e interromper um projeto que ela representava, mesmo que não tenha cometido nenhum crime”, observou.
Na avaliação do parlamentar, o processo contra Dilma é meramente político, o que contraria a Constituição Federal, que estabelece que o impedimento do Chefe do Executivo tem de ser jurídico também.
“Querem falar de crise como se esses três decretos da denúncia fossem culpados por isso. A verdadeira pedalada que está ocorrendo é a constitucional, passando por cima da Carta Magna usando tecnicalidade jurídica para justificar um golpe de mão”, emendou.
Ele lembrou que tudo começou quando a oposição, revoltada por ter perdido as eleições, chafurdou as contas de campanha da presidenta em 2014 e viram que não era possível haver impedimento. Depois, segundo o parlamentar, os opositores aproveitaram um parecer provisório de um procurador do Tribunal de Contas da União para pedir o impeachment ao então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Assim, iniciou-se esse trágico processo. Uma vergonha”.
O líder do PT acredita que todos os senadores têm consciência de que não há crime cometido por Dilma, mas que alguns irão votar pela cassação do mandato dela hipocritamente e por conveniência política.
“Eles nos acusavam de sermos os farristas fiscais. Aí eu pergunto: e esse governo agora, que prevê déficit fiscal de 170 bilhões em 2016 e de R$ 139 em 2017? Onde estão os grandes responsáveis fiscais do PSDB, DEM e do PPS? Na hora que discutimos a responsabilidade fiscal desse governo interino, não dizem nada. Todos estão caladinhos”, disparou.
De acordo com Humberto, esse silêncio ocorre porque eles tão pagando o preço político do impeachment, que se dá por meio de emendas, cargos e recursos para obras. “Não estão preocupados com responsabilidade fiscal coisíssima nenhuma. É pura hipocrisia, assim como é pura hipocrisia também quando falam de corrupção. Como corrupção, se ele estão segurando o Eduardo Cunha aí até não sei quando?”, criticou.