SUS vai distribuir remédios novos para hepatite C, diz Humberto

Humberto diz que novos medicamentos contra hepatite C irão chegar a todos os Estados em algumas semanas. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no  Senado
Humberto diz que novos medicamentos contra hepatite C irão chegar a todos os Estados em algumas semanas. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado

 
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), ressaltou nesta quinta-feira (22) que o Governo Federal deu início esta semana à distribuição gratuita de dois novos medicamentos para a hepatite C, o sofosbuvir e o daclatasvi. Um terceiro, chamado simeprevir, estará disponível em toda a rede do nosso Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro. Segundo estudos, os três novos medicamentos aumentam as chances de cura da doença em 95% e diminuem o tempo de tratamento aos pacientes.
“Para aqueles que gostam de falar mal do SUS, é preciso dizer, com muita clareza, o que significa essa decisão do governo da presidenta Dilma em favor dos milhares de brasileiros que têm a doença: apenas uma única pílula custa cerca de R$ 4 mil. Para o tratamento completo, o paciente tem que desembolsar cerca de R$ 330 mil se quiser desfrutar da terapia, que foi recentemente introduzida no mercado. Mas o SUS está assumindo integralmente os custos desses três novos medicamentos em favor da saúde da nossa população vitimada por esse vírus”, afirmou Humberto.
O senador ressaltou que nos Estados Unidos e em muitos países da Europa, o tratamento não é custeado pelo governo e os cidadãos doentes estão recorrendo a empréstimos para poder arcar com os custos. O líder do PT avalia que essa vitória só foi possível graças ao trabalho sério e dedicado do ex-ministro da Saúde Arthur Chioro e de sua equipe, que negociaram incansavelmente até conseguir a redução de 90% do valor de venda de mercado, o que equivale a um preço praticado por quebra de patente.
“Isso quer dizer que, na farmácia, uma pílula contra a hepatite C custa R$ 4 mil, mas a negociação do Ministério da Saúde com a indústria fez esse valor de aquisição pelo governo baixar para R$ 400”, explicou. A pasta vai investir R$ 1 bilhão na aquisição dos novos medicamentos.
“Tenho certeza que o atual ministro da Saúde, Marcelo Castro, dará continuidade a todos esses programas em que o Brasil se tornou pioneiro e passou a ocupar a vanguarda da medicina internacional”, comentou Humberto.
Ele lembrou que o sofosbuvir e o daclatasvi estarão em todos os Estados brasileiros nas próximas semanas. O simeprevir, a partir de dezembro.
Em 13 anos de assistência prestada pelo SUS, as unidades de saúde confirmaram 120 mil casos e realizaram mais de 100 mil tratamentos. Dez mil novos casos e três mil mortes são registrados todo ano no país em decorrência da hepatite C.
O parlamentar ressaltou que, de 2011 até o ano passado, o governo da presidenta Dilma aumentou de 15 mil para 1,4 milhão o número de testes rápidos para identificar a hepatite C, quase 100 vezes mais. Apenas para este ano, está prevista a compra de 3 milhões de testes.
“Não há ajuste fiscal, não há corte no Orçamento que nos faça retroceder nas políticas públicas que instituímos em favor da população brasileira porque é com ela, por ela e para ela que governamos”, afirmou.
Pobres e ricos
No discurso, Humberto fez questão de falar que a distribuição de medicamentos não beneficia apenas os mais pobres. Segundo ele, o SUS é um patrimônio de todos os brasileiros, a que as pessoas de classe média e de classe alta também têm acesso para buscar uma vida com mais qualidade. “O sistema existe para atender a todos e é por isso que, em vez de atacá-lo, nós devemos preservá-lo e trabalhar para melhorá-lo”, defendeu.
A hepatite C, cuja existência só foi confirmada em 1989, é uma doença silenciosa que afeta o fígado. Com o decorrer do tempo, produz fibrose hepática, que desemboca na cirrose e posteriormente provoca o câncer.
Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 130 milhões e 170 milhões de pessoas em todo o planeta estão infectadas pelo vírus, que mata de 350 mil a 700 mil pessoas por ano.  A doença é contraída principalmente pelo contato com sangue contaminado e costuma ser associada ao consumo de drogas por via intravenosa ou a relações sexuais de risco. Mas muitos dos afetados foram contaminados, há mais de 30 anos, pelo uso de instrumentos médicos não esterilizados ou por transfusões de sangue.