Em um fim de tarde tomado por panelaços contra Jair Bolsonaro (sem partido) em todo o Brasil, o senador Humberto Costa (PT-PE) criticou  firmemente a decisão do presidente da República de demitir o ministro da  Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em meio à pandemia da Covid-19, por meras divergências ideológicas. Na visão de Humberto, Bolsonaro agiu de forma irresponsável e inconsequente e lançou o país em um cenário de terror.

Nas últimas semanas, Bolsonaro já havia deixado claras as suas divergências com Mandetta por discordar do  isolamento social, defendido pelo ministro em respeito às diretrizes  internacionais, e na resistência em defender o uso de produtos contra o vírus sem qualquer eficácia científica reconhecida, como a cloroquina. Apoiado por lideranças políticas e pela ala militar no Planalto, Mandetta se manteve no cargo até dobrar a oposta e passar a rivalizar publicamente com o presidente.

Assim como fez com outros aliados, Bolsonaro e suas milícias digitais, comandadas pelo chamado Gabinete do Ódio, passaram a atacar Mandetta para minar sua popularidade, que era superior à do presidente. Na tarde desta quarta-feira (16), finalmente, o ministro da Saúde foi demitido.

A demissão se deu não pelos seus erros, mas por aquilo que ele acertadamente defendeu, que foram normas e protocolos internacionais”.

Senador Humberto

Para Humberto, Bolsonaro demitiu Mandetta por ciúme. “Ele lançou o Brasil num cenário de terror em meio à tragédia da pandemia do coronavírus, quando centenas de mortes estão ocorrendo diariamente”, afirmou.

O  senador afirmou, ainda, que o novo ministro Nelson Teich não tem qualquer vivência de SUS e assume o cargo sem ter conhecimento da  realidade do país e do próprio ministério que irá comandar. “É uma quadro extremamente preocupante. A cada dia, estamos batendo novos  recordes em mortes, temos uma testagem pífia e, por uma crise criada  pelo próprio Bolsonaro, o ministro da Saúde é enxotado e substituído por  alguém absolutamente inexperiente”, avaliou o petista. “Não se pode  mais tolerar Jair Bolsonaro à frente da Presidência da República.”