Após a equipe econômica do governo Bolsonaro prometer extinguir uma série de programas sociais para “turbinar” o novo projeto chamado de Renda Brasil, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que o presidente da República aproveita o momento de vulnerabilidade da população, provocado pela pandemia de coronavírus, e mente ao fingir que dá algo quando, na verdade, age para extinguir direitos históricos adquiridos pelos trabalhadores.

Bolsonaro continua a perseguir e prejudicar os trabalhadores. Com o pretexto de criar um novo programa de transferência de renda, ele quer eliminar direitos importantes”.

Senador Humberto

De acordo com o senador, isso só mostra que o governo não tem nenhum compromisso com a população. “E, quando ele diz que vai fazer alguma coisa, pode ter certeza que vai anunciar, em troca, a retirada de direitos dos mais pobres. Ele finge dar com uma mão, mas, na verdade, rouba com a outra”, afirmou.

Ex-ministro da Saúde e criador do Farmácia Popular, um dos programas que devem ser encerrados pelo governo, Humberto diz que a medida pode comprometer ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS). “Os medicamentos, entregues gratuitamente ou com até 90% de desconto, tratam doenças crônicas como hipertensão, diabetes, asma. Se as pessoas não tratam preventivamente o problema, correm o risco de ir para o SUS com doenças ainda mais graves e, mesmo assim, serem vítimas de uma morte prematura”, explicou Humberto. Hoje, o Farmácia Popular atende cerca de 20 milhões de pessoas em 79% dos municípios do país. As farmácias credenciadas oferecem 35 medicamentos, sendo 20 gratuitos.

Além do Farmácia Popular, estão na mira do governo o salário-família, que é pago a trabalhadores formais e autônomos de baixa renda; o seguro-defeso, que é pago a pescadores artesanais no período de reprodução dos peixes para evitar a pesca predatória dos animais; e o abono salarial, benefício pago aos trabalhadores que recebem até dois salários mínimos. Para Humberto, os cortes irão prejudicar uma grande parcela da população. “Não vamos aceitar que o governo faça maquiagem e corte projetos importantes que beneficiam a população”, disse.