Foto: Roberto Stuckert Filho

Ao tomar conhecimento, na noite desta terça-feira (4), de que o Ministério da Educação decidiu cortar 2,7 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado e que Bolsonaro entregou na Câmara um projeto de lei que acaba com as multas de trânsito para quem trafegar com crianças sem cadeirinha e com extingue os exames toxicológicos para motoristas profissionais, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), detonou o governo e questionou a sanidade de seus membros.

Em um duro discurso contra o que chamou de “pauta da morte” da gestão do capitão reformado, Humberto disse, durante a sessão do Senado, que as propostas do governo causam vergonha, perplexidade e revolta, e revelou que jamais imaginou que teria o “desprazer” de assistir a uma barbárie implementada pelo Estado como a que vê agora. 

“Estamos diante de um governo que quer aliviar a pontuação por infrações na CNH, que isenta de multa quem carrega criança sem ser na cadeirinha, que arma a população, que corta bolsas de estudo sob a alegação de que irá gerar uma economia de apenas R$ 4 milhões. Que pauta é essa que está sendo apresentado ao Brasil? É a pauta da morte”, lamentou.

O parlamentar observou que serão cortadas mais de 2,3 mil bolsas de mestrado, 335 de doutorado e 58 de pós-doutorado. Assim, a redução total este ano já ultrapassa 6,1 mil bolsas. Humberto criticou o fato de o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se vangloriar que está acabando com as bolsas de mestrado e doutorado. 

“Seremos um país que servirá somente para vender soja ao mundo? É isso que vai nos inserir no mundo? O despreparo do ministro é absurdo. O que podemos esperar de um país que não investe em pesquisa e na formação dos seus filhos? O que esperar numa sociedade como essa de hoje, em que o desenvolvimento de ciência e tecnologia é fundamental para formação de jovens? É difícil entender”, desabafou. 

O senador ressaltou que o país viveu dias bem melhores quando Lula e Dilma comandaram o Executivo. Segundo ele, foram nos governos do PT que o Brasil experimentou um dos maiores avanços sociais da sua história, com mais crianças na escola e mais jovens em institutos federais, universidades e no exterior, por meio do programa Ciência Sem Fronteiras. 

“Agora, me vem um governo desse que corta milhares de bolsas apenas para economizar R$ 4 milhões este ano. O mesmo governo que edita um decreto para liberar a compra de armas, só que apenas para quem tem dinheiro para comprar. Quem não tem condições, vai comprar um alvo para que os ricos possam atirar neles. É triste”, finalizou.

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