Primeiro ministro da Saúde do governo Lula, o senador Humberto Costa (PT-PE) repudiou a campanha que Jair Bolsonaro vem fazendo contra a vacinação. Desde o início da semana, o presidente tem usado suas falas em discursos e lives por redes sociais para atacar a imunização e amedrontar a população sobre os resultados da prevenção contra as doenças, especialmente o coronavírus.

Bolsonaro tem dito que nenhum governo pode obrigar pessoas a serem vacinadas. O discurso vem num momento em que o mundo aguarda ansioso os resultados dos testes de imunização contra a Covid-19, que, somente no Brasil, matou cerca de 125 mil pessoas. Primeira a ser lançada, a vacina russa tem sido bem recebida por pesquisadores e obteve avaliação positiva na revista The Lancet, a mais conceituada publicação internacional em Medicina.

Esse é mais um debate mentiroso lançado por Bolsonaro para esconder a falência do seu governo. Todos sabemos que a imunização da maior parte da população é que vai garantir o controle da doença”.

Senador Humberto

Para Humberto, quando o presidente da República, que vive de receitar cloroquina, um remédio sem qualquer comprovação científica contra a Covid-19, atenta contra a imunização, que é comprovadamente um método eficaz para frear a pandemia, ele comete um crime. “É mais um ato genocida da sua parte”, afirmou.

Segundo o senador, foi o próprio Bolsonaro que enviou ao Congresso Nacional, por meio do projeto de lei que decretou o estado de calamidade pública e emergência no país, o dispositivo que prevê a obrigatoriedade de vacinação das pessoas. “Ou ele age de má-fé, ao dizer o contrário do que determinou, ou ele é omisso, por ter assinado algo que não leu”, criticou o líder petista.

Para Humberto, a campanha de Bolsonaro contra a vacinação – que chegou aos níveis mais baixos da série histórica e tem provocado a volta de diversas doenças, causando até mesmo a morte de crianças – é equivocada mesmo do ponto de vista econômico. “Em vários lugares onde a retomada das atividades está acontecendo e os trabalhadores passam a ser acometidos pela doença, tudo tem que ser suspenso novamente. Se nós queremos fazer com que o Brasil volte a trabalhar, que a economia ande a pleno vapor, temos que garantir que a maior parte da população esteja imune à Covid-19”, concluiu.