Candidatura de Marina esconde conservadorismo, diz Humberto

Foto: Agência Senado
Foto: Agência Senado

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), declarou nesta terça-feira (2), em discurso na tribuna do plenário, que a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, tem discurso incoerente e dispõe de um programa de governo recheado de inconsistências.
De acordo com o parlamentar, a ideia de “nova política” disseminada pela candidata é um engodo, uma vez que o partido onde está provisoriamente, o PSB, segue na trilhando o caminho de antigas práticas da política brasileira. “Ela recrimina as velhas raposas, mas está com o palanque cheio delas. Recrimina o PSDB, mas seu tesoureiro de campanha é candidato a vice na chapa do governador tucano de São Paulo. Recrimina o PT, mas, no Rio, o seu candidato ao Senado está na chapa do nosso colega Lindbergh Farias. Ela recrimina os transgênicos, a indústria de armas, mas o seu vice recebeu contribuições eleitorais de empresas privadas desses setores”, explicou. “Marina esconde por baixo do xale o que há de mais conservador neste país”, afirmou Humberto.
Para o senador, o programa de governo de Marina, lançado na última sexta-feira, é a síntese das contradições que a sua candidatura representa. “É um conjunto de promessas que não se aguentou 24 horas em pé. Depois de divulgado, não suportou a pressão de setores descontentes com o seu teor. Foi desfigurado, em menos de um dia, por um punhado de tuitadas”, disse, em relação às “errata” publicadas pelo PSB sobre direitos civis da comunidade LGBT e energia nuclear. “Como alguém se propõe a governar o Brasil desse jeito? Isso demonstra a tibieza, a fraqueza da chapa presidencial de Marina Silva, que – refutando tudo e todos – não teria ninguém para governar caso vencesse a eleição. Não teria base neste Congresso, não teria aliados, não teria apoios para aprovar projetos e jogaria o Brasil numa paralisia extremamente perigosa”, emendou.
O líder do PT ressaltou que as críticas não se tratam de qualquer veto pessoal a Marina, pois, segundo ele, todos conhecem a sua “bela história de vida, a luta em favor da causa ambiental e o seu bom desempenho como parlamentar”. “O que questiono aqui é o seu projeto para o Brasil, a 7ª economia do mundo, um país de mais de 200 milhões de habitantes, cheio de grandes complexidades que não podem ser geridas com invenções e truques, como quem tira coelho de cartola”, avalia.
Pré-sal
O senador ressaltou ainda que Marina despreza uma das maiores descobertas brasileiras de todos os tempos: o pré-sal. “Foram anos de esforço humano e de investimentos públicos empreendidos pela Petrobras até que descobríssemos esse tesouro que nos tornará, proximamente, num dos maiores exportadores de petróleo do planeta”, observou.
“Por disposição da presidenta Dilma, mais de R$ 1,3 trilhão do pré-sal serão investidos na saúde e na educação do nosso país nos próximos 30 anos. Mas a candidata Marina Silva dá as costas a tudo isso. Nas diretrizes de política nacional de energia do seu programa de governo, sequer há citação das palavras ‘petróleo’ e ‘pré-sal’”, completou.
O parlamentar concluiu dizendo que os brasileiros já manifestam o entendimento de que não querem mais retroceder e devolver o Brasil a um passado de atraso e miséria, marca do PSDB. Segundo ele, o desafio, agora, é outro. “O desafio é enxergar o perigo por trás desse ‘novo’ que se propõe, desse obscurantismo que envolve essa dita ‘nova política’, que se diz progressista. Podemos preservar o que conquistamos e seguir as mudanças que iniciamos sem retroceder a um passado sombrio e sem saltar em um precipício, rumo ao desconhecido”, finalizou.
 
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