Caso Demóstenes: descartada a tese de escutas ilegais contra o senador


A tese de que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO) teria sido investigado ilegalmente pela Polícia Federal foi considerada “descartada” nesta semana pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). O advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, alegava que a autorização para escutas dependeria do Supremo Tribunal Federal (STF) e não da Justiça Federal.
Tanto Randolfe, cujo partido pediu o processo no Conselho de Ética, quanto Humberto, relator do caso, baseiam suas opiniões no depoimento dos delegados federais responsáveis pelas operações Vegas e Monte Carlo, Raul Alexandre Marques de Souza e Matheus Mela Rodrigues, realizado pelo Conselho nesta terça-feira (16/5).

Depois de ouvir os depoimentos dos delegados na CPI do Cachoeira, Kakay se disse convencido de que eles apontaram um erro processual, ao confirmarem que a Procuradoria-Geral da República já tinha conhecimento em 2009 de ligações telefônicas entre Demóstenes e o contraventor acusado de comandar um esquema de jogos ilegais, corrupção e tráfico de influência.
Mesmo assim, o Ministério Público conseguiu autorização para o prosseguimento de investigações, no âmbito das quais estaria uma autoridade com foro privilegiado, Demóstenes.
Quando chegou ao Senado ontem, o advogado de Demóstenes disse que esperava mais uma vez a confirmação desse fato durante o depoimento dos dois delegados federais ao Conselho de Ética. “Ele, de fato, tentou obter a confirmação dessa tese no conselho, mas a pretensão caiu por terra”, afirmou Randolfe.
Para o senador Humberto Costa, os depoimentos dos delegados serviram para mostrar que existe muito mais do que uma relação pessoal entre Demóstenes e Cachoeira. Eles relataram uma série de situações que reforçam os indícios de que houve sim a quebra de decoro parlamentar por parte do senador goiano.
Fonte: com informações do Jornal do Senado.
Foto: André Corrêa / Liderança do PT no Senado.