Caso Demóstenes: falta de testemunhas não muda relatório do relator


Não foi surpresa para ninguém a ausência do bicheiro Carlinhos Cachoeira na reunião do Conselho de Ética desta quarta-feira (22/5). Ainda na terça, quando o mesmo esteve na CPMI que leva o seu nome, os integrantes do colegiado já sabiam que ele não viria. Ainda assim, a reunião serviu para, que mais uma vez, o relator, senador Humberto Costa (PT-PE), reiterasse que seu relatório final não deve sofrer qualquer abalo pela ausência das testemunhas que defenderiam o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO) das acusações de quebra de decoro parlamentar.
“Nossa expectativa era de que ele viesse. Ele não vindo, perde o senador Demóstenes e, por outro lado, nós também vamos deixar de ter respostas a muitas indagações”, disse o relator. Diplomático, ele fez questão de dizer que Cachoeira havia sido também arrolado pelo PSOL, que apresentou a representação contra o ex-líder do Democratas.
Antes, durante a reunião, o advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, reclamou da imprensa. “Todo mundo fala que o senador perdeu porque Cachoeira se negou a defendê-lo, mas ninguém disse que ele também se negou a acusar o senador”, disse, assim que lhe foi permitido falar ao plenário do Conselho de Ética.
Kakay assegurou aos jornalistas que Demóstenes comparecerá ao depoimento marcado para a próxima terça-feira (29/5), às 9h30. Para Humberto Costa, o depoimento será importante para a elaboração do relatório final sobre o caso. “Existe o espaço para o depoimento para que ele (Demóstenes) possa esclarecer fatos, defender-se de acusações. Estou inteiramente aberto a confrontar as denúncias com a defesa dele e elaborar um relatório levando em consideração tudo isso”, disse em entrevista à imprensa.
O testemunho do senador Demóstenes encerra o prazo para coleta de depoimentos sobre o caso. Em seguida, serão concedidos três dias para as alegações da defesa do senador. Aí então o relator apresenta seu parecer final que deve ser votado em cinco dias.
Caso seja aprovado, o relatório segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que vai elaborar parecer sobre quesitos legais e constitucionais. Em seguida, o texto é submetido à votação em plenário. “Minha expectativa continua a mesma. Até o final do mês de junho nós deveremos ter votado no Conselho de Ética o relatório final sobre o processo”, insistiu Humberto Costa.
Fonte: por Giselle Chassot, da Liderança do PT no Senado.
Foto: André Corrêa / Liderança do PT no Senado.