Foto: Roberto Stuckert Filho

A intensa divulgação pelo mundo das imagens da Amazônia pegando fogo, com a destruição recorde da nossa fauna e flora, é consequência direta do discurso incendiário de Bolsonaro contra o meio ambiente, vai prejudicar todo o setor do agronegócio brasileiro e coloca em risco a própria soberania do país. Esta é a avaliação do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), que, nesta quinta-feira (22), falou em crime de responsabilidade por parte do presidente. 

Para Humberto, chegou a hora dos integrantes do agronegócio, que tanto apoiaram o capitão reformado nas eleições do ano passado, acordarem para o fato de que deram um tiro no pé ao cair no seu discurso odioso contra o desenvolvimento sustentável. O senador ressaltou que nenhum país do mundo vai querer comprar soja e gado tisnados pela fuligem e pelo sangue de milhares de árvores e animais queimados.

“O agronegócio brasileiro não pode ceder a esse discurso irresponsável do presidente da República ou não vai conseguir vender aos maiores mercados mundiais. Ninguém compra de um país que devasta florestas para plantar soja e criar boi. É algo inaceitável no mundo moderno e somente cabível na cabeça medieval e obscurantista de Bolsonaro”, disse.

O parlamentar tem certeza que foi o presidente quem deu início a esse cenário de desolação que hoje toma conta da Amazônia. Ele lembrou que, punido por infração ambiental, Bolsonaro assumiu o poder mandando anular a própria multa que lhe foi imposta pelo Ibama por pesca irregular e nomeando ao Ministério do Meio Ambiente um condenado por improbidade administrativa.

“Temos um ministro raso como um pires, ignorante em questões ambientais, pelas quais demonstra profunda repulsa. Essa política de beligerância contra o meio ambiente patrocinada pelo governo atiçou uma horda de maus produtores rurais, uma turba que esperava proteção estatal para avançar sobre os povos originários e reservas e acelerar a devastação das florestas para expandir plantações e criações”, observou. 

O líder do PT no Senado Federal entende que o país está diante de mais um gravíssimo crime de responsabilidade cometido pelo presidente da República. “De potência verde mundial, esse governo hediondo nos transformou em algozes do meio ambiente. A reputação que construíamos com base em políticas sérias foi reduzida a pó em meio às cinzas dos nossos biomas, especialmente na região amazônica”, lamentou. 

Humberto afirmou que é possível avançar sem acabar com o verde e que isso aconteceu nos governos Lula e Dilma, que estruturam órgãos de fiscalização, demarcaram reservas, parques nacionais e abriram uma era de desenvolvimento sustentado que reduziu em mais de 80% o desmatamento no país, menor índice da história.

“Não à toa, o Brasil foi reconhecido mundialmente pela seriedade de suas políticas, ao tempo em que experimentou expansão histórica no agronegócio”, comentou.