Corte de verbas para proteção à mulher é face cruel do governo Temer, afirma Humberto

Humberto: O corte de verbas para políticas de proteção à mulher é a face mais cruel do governo misógino de Temer. Foto: Asscom HC
Humberto: O corte de verbas para políticas de proteção à mulher é a face mais cruel do governo misógino de Temer. Foto: Asscom HC

 
O líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), criticou duramente a redução de recursos para programas de proteção e incentivo à mulher no governo não-eleito de Michel Temer (PMDB). Os cortes atingem áreas como o atendimento à mulher em situação de violência e programas de incentivo a políticas de autonomia das mulheres. Nos dois casos, o valor liberado este ano no orçamento é menos da metade do que foi autorizado no ano anterior.
“O corte de verbas para políticas de proteção à mulher é a face mais cruel do governo misógino de Temer. Desde que assumiu a presidência, ele tem marcado a sua breve passagem pelo Planalto por um alinhamento a ações machistas e ultrapassadas, desprezando, completamente, os avanços havidos nos últimos anos e desmontando o que foi conquistado”, afirmou o senador Humberto Costa.
Os recursos para o atendimento à mulher em situação de violência caíram este ano 61%, em relação ao ano passado. De R$ 42,9 milhões em 2016, eles despencaram para R$ 16,7 milhões neste ano. Já o montante voltado ao incentivo a políticas de autonomia das mulheres saiu de R$ 11,5 milhões em 2016 para R$ 5,3 milhões em 2017, um corte de 54%.
Não é de hoje que Michel Temer se mete em polêmicas e é questionado por políticos e instituições que defendem o direito da mulher. Na formação inicial do seu governo, Temer preferiu indicar apenas homens para o primeiro escalão, como não acontecia desde o general Ernesto Geisel. Hoje, das 28 pastas, apenas duas são comandadas por mulheres. Mais recentemente, o peemedebista foi criticado por suas declarações no Dia Internacional da Mulher. Na ocasião, Temer destacou o papel das brasileiras na criação dos filhos e na economia por sua “capacidade de advertir sobre a elevação dos preços nos supermercados”.
“É inegável o desserviço do governo Temer à luta das mulheres no Brasil. E estamos falando de um tema urgente. Vivemos num país que é o quinto no ranking de feminicídios no mundo. O governo federal deveria estar preocupado em criar novas políticas para proteger as mulheres e não cortar aquilo que vinha sendo feito, muito menos reproduzir uma retórica ultrapassada cheia de preconceitos e que não deveria ter espaço no mundo de hoje. Às vezes, acho que Temer parou no Século 19”, afirmou Humberto.