Apesar das constantes negativas do ministro da Economia, Paulo Guedes, o debate sobre a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) volta a mobilizar setores do governo. A recriação do imposto sobre movimentações financeiras foi admitida recentemente pelo próprio presidente Jair Bolsonaro e pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB) e deve integrar o projeto de Reforma Tributária que será apreciado pelo Congresso Nacional no ano que vem.

“O governo busca agora uma forma de maquiar a reedição da CPMF, querem mudar o nome, camuflar a proposta, para tentar vender uma ideia que não tem nenhuma simpatia da população ou do parlamento. Guedes chegou a dizer que vai demitir quem falar em CPMF. Então, vai ter que demitir o presidente que já confessou que a proposta está na mesa de debate”, afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa.

De acordo com Humberto, o governo Bolsonaro vem procurando novas maneiras de onerar a população. “O Brasil tem mais de 12 milhões de desempregados e qual é a ação que o governo propôs para reduzir o problema? Taxar os desempregados! Não satisfeito, já planeja uma outra CPMF, só que com um nome mais bonito. É Bolsonaro querendo onerar o já sofrido trabalhador brasileiro e fazendo com que o povo pague a conta de sua própria incompetência”, disse.

O senador disse ainda que não há clima no Congresso para aprovação de novos impostos. “Não acredito que os parlamentares queiram bancar esse desgaste de criar mais um imposto. Porque a população irá cobrar por isso. O governo cortou recursos para saúde, para a educação, para projetos sociais. Os serviços públicos estão cada vez piores. Não faz sentido nenhum para a população ser ainda mais onerada e não receber nada em troca”, afirmou.