Decisão judicial que autoriza cura gay atenta contra dignidade humana e envergonha país, diz Humberto

Humberto: A decisão judicial foi absurda e aviltante demais até para o atual momento. Foto; Roberto Stuckert Filho
Humberto: A decisão judicial foi absurda e aviltante demais até para o atual momento. Foto; Roberto Stuckert Filho

 
Um dia depois da decisão judicial que autorizou profissionais da área de saúde mental a tratarem pessoas para deixarem de ser gays, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), declarou que o país ultrapassou o limite do obscurantismo, sob a liderança dos conservadores, e classificou a iniciativa do magistrado da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho como um desrespeito aos direitos humanos e à ciência.
Pego absolutamente de surpresa pela decisão, assim como boa parte da população brasileira, o senador, que é ex-ministro da Saúde e médico psiquiatra, ressaltou que o Brasil vive tempos muitos estranhos. “A decisão judicial foi absurda e aviltante demais até para o atual momento”, disse.
“Nós não queremos voltar ao tempo em que a Organização Mundial de Saúde, o Código Internacional de Doenças e a Associação Internacional de Psiquiatria tratavam a homossexualidade como transtorno. Isso é de um obscurantismo sem limite”, afirmou.
Ele ressaltou que não há ninguém no mundo científico, hoje, com o mínimo de credibilidade que encare o homossexualismo como problema de doença ou caráter. Segundo o parlamentar, a identidade sexual é algo que cada um traz consigo próprio.
O líder da Oposição avalia que o preconceito é alimentado por conservadores, que fazem uso político e ideológico do tema. O senador manifestou o seu repúdio não somente ao juiz do DF, mas também ao uso que ele faz da sua ignorância, ao uso que ele faz do seu analfabetismo jurídico e pretensamente psicológico.
No fim, Humberto se solidarizou com o Conselho Federal de Medicina e com o Conselho Federal de Psicologia, que, em uma resolução própria, disse, “em alto e bom som, que nenhum profissional da área estaria autorizado a praticar um tipo de pseudotratamento para o qual não haja qualquer tipo de base científica”.