Doenças cerebrovasculares são as que mais matam, diz médico do Incor


As doenças cerebrovasculares são a principal causa de mortes no país – e as que mais exigem atendimentos de emergência. Mas esse fato não recebe a devida atenção da imprensa nem dos próprios profissionais de saúde. A avaliação é do médico Sérgio Timerman, do Instituto do Coração (Incor), que participou nesta quinta-feira (9) de audiência pública realizada no Senado, promovida pela Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde, cujo presidente é o senador Humberto Costa (PT-PE).
Timerman (que, na foto acima, está no lado direito do senado Humberto) declarou que “a mídia dá muita atenção às chamadas causas externas [que envolvem de acidentes de carro e moto até mortes provocadas por tiros], mas o principal problema nos atendimentos de urgência e emergência são as doenças cerebrovasculares” – das quais o acidente vascular cerebral (AVC) é o exemplo mais comum. Ele afirmou que, “em muitos casos, mesmo os gestores dentro das unidades hospitalares dão pouca atenção ao problema”.
“As doenças cerebrovasculares são as que mais matam, principalmente após os 40 anos”, reiterou.
Treinamento – O Incor é vinculado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Timerman atua nessa instituição como diretor da Divisão Clínica do Laboratório de Pesquisa, Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares.
Como exemplo das atividades que seu departamento promove, ele citou o treinamento dos funcionários do metrô da cidade de São Paulo. Segundo Timerman, a cada mês embarca nessa rede, em média, uma pessoa que terá parada cardíaca durante o respectivo trajeto.
“Antes, 97% das pessoas que tinham parada cardíaca dentro do metrô paulistano morriam. Agora, essa porcentagem caiu para 68%” destacou.
Modelo – A subcomissão também debateu nesta quinta o modelo de implantação e a estratégia de atendimento das unidades de emergência denominadas Serviço Móvel de Urgência (SAMU) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), serviços que já estão disponíveis em diversos estados do país e que devem ser totalmente nacionalizados nos próximos anos.
Foram convidados representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (entidade vinculada à Faculdade de Medicina da USP).
Fonte: por Ricardo Koiti Koshimizu, da Agência Senado.
Foto: Felipe Barra/ Agência Senado.