Eduardo Campos deixa lacuna enorme no Brasil, diz Humberto

Foto: PT no Senado
Foto: PT no Senado

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), lamentou nesta quarta-feira (13), em discurso na tribuna da Casa, a morte do colega Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato do PSB à Presidência da República. Chocado e triste com a notícia da tragédia, o parlamentar afirmou que os brasileiros, em especial os pernambucanos, perdem um dos maiores quadros da política do país.
“Eduardo Campos deixa uma lacuna enorme para o Brasil e, especialmente, para o povo de Pernambuco porque, como governador, fez uma administração revolucionária em nosso estado, em parceria com Lula e depois com Dilma. Ele se afirmou como líder político. Era alguém que pensava e vivia política 24 horas por dia. Sem dúvida, se mostrou um competente articulador”, declarou.
Segundo Humberto, o legado deixado por Campos é muito importante para o Brasil e a morte prematura dele interrompe “uma presença nacional forte que vinha construindo”. “Perde o Brasil e perde a esquerda brasileira. É um episódio de muita tristeza para todos nós. Quero levar minhas condolências ao povo de Pernambuco, que, sem dúvida, está vivendo uma das maiores comoções da sua história recente”, afirmou.
O senador lembrou que a morte trágica ocorre exatamente nove anos depois do falecimento do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, avô e grande inspirador de Campos. “Quero manifestar meu profundo pesar, minhas condolências e sentimentos à família de Eduardo, à sua esposa, Drª. Renata, que está profundamente abalada com a notícia, assim como todos os seus filhos. Eles formavam uma bonita família”, disse.
Humberto lamentou ainda a morte de outros três amigos seus que estavam no avião: o jornalista Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo e o ex-deputado federal Pedrinho Valadares.
No discurso, o líder do PT ressaltou que a sua relação política com Eduardo Campos teve início nos anos 90. “Tive a oportunidade de ser deputado estadual com ele entre 1991 e 1995. Pude, naquela ocasião, não somente desfrutar da sua relação pessoal e do seu bom humor, mas, acima de tudo, dividir na bancada da oposição um trabalho de construção de ideias, algo que nos engrandeceu”, observou.
No governo Lula, ambos foram ministros no mesmo período: Humberto, da Saúde; Eduardo, da Ciência, Tecnologia e Inovação. Em 2006, os dois disputaram o Governo de Pernambuco numa eleição, segundo Humberto, “muito mais marcada pela solidariedade entre nós do que pelo enfrentamento. No segundo turno, apoiei-o integralmente”. Na primeira gestão de Eduardo à frente do Estado, Humberto foi nomeado por ele secretário das Cidades.
O caminho político dos dois permaneceu unido nas eleições seguintes quando Eduardo disputou a reeleição e Humberto concorreu ao Senado na mesma chapa, da qual também participou Armando Monteiro (PTB). “Em que pesem divergências circunstanciais que tínhamos neste momento, nós tivemos uma longa trajetória conjunta e, seguramente, seguiríamos assim, não fosse essa tragédia que se abateu sobre todos nós”, afirmou Humberto.