Em embate no plenário, Humberto acusa PSDB de querer derrubar Temer para chegar ao poder

Para Humberto, o PSDB quer aplicar um “golpe dentro do golpe. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado
Para Humberto, o PSDB quer aplicar um “golpe dentro do golpe. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado

 
 
A grave crise pela qual o país passa, que cresce de forma explosiva desde o início da gestão do presidente não eleito Michel Temer (PMDB) há sete meses, motivou um forte debate no plenário do Senado, na noite desta terça-feira (13), entre o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) – que defendeu o governo peemedebista.
Humberto acusou o PSDB de querer aplicar um “golpe dentro do golpe”, articulando agora a queda de Temer do poder depois do “trabalho sujo” feito pelo PMDB, que tem como base o arrocho aos trabalhadores e aposentados e às políticas sociais.
Em longo discurso, Barbalho disse que a grande mídia e a oposição querem tumultuar o governo a fim de derrubá-lo. Em contraponto, Humberto declarou que o governo já está morto, zumbi, e que quem está planejando a saída de Temer do Palácio do Planalto é o PSDB. O PT, lembrou ele, defende a renúncia do presidente e a convocação de eleições diretas já para resolver a instabilidade causada pela chegada do PMDB ao poder.
“Nós, do PT, não queremos derrubar A, B ou C. O governo já morreu e não sabe ainda. Agora, aqueles que querem derrubar o presidente ilegítimo Michel Temer para aplicar um golpe dentro do golpe, depois do que fizeram com a presidenta Dilma Rousseff, não terão o respaldo do Partido dos Trabalhadores nem da população brasileira. A única saída para essa crise que vivemos é pela democracia, por meio de uma eleição direta presidencial”, afirmou.
Humberto ressaltou que o programa de governo implementado por Temer jamais ganharia uma eleição diante dos eleitores e foi derrotado nos últimos quatro pleitos quando apresentado pelo PSDB. Além disso, criticou os “golpistas”, pois mentiram para o povo ao vender uma ilusão de um país maravilhoso depois do afastamento da presidenta Dilma.
“Eles acreditaram nos seus desejos. Imaginaram que derrubar a presidenta eleita, com o apoio da grande mídia, iria alçar o país a um voo em céu de brigadeiro. Tudo da noite para o dia iria se resolver: o desemprego, a inflação, a corrupção. Mas chegaram à conclusão que a realidade é muito mais dura que o sonho. Estamos vendo um cenário completamente diferente”, avalia.
Para o senador, o programa de governo de Temer, que visa o equilíbrio fiscal das contas públicas com o extermínio de benefícios sociais fundamentais para a população, é inviável e foi rejeitado pelos eleitores desde 2002.
“Observamos, agora, a corrupção, que é um problema gravíssimo. Eles mentiram para o povo brasileiro ao dizer que a corrupção foi criada pelo PT. Mas quem derrubou Dilma lá atrás não queria acabar com a corrupção. Na verdade, eles queriam implantar esse projeto que não tem possibilidade de ganhar porque o povo não é burro”, finalizou.