Em lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social, Humberto chama povo para as ruas

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Com um discurso convocando o povo a ir para as ruas contra a reforma da Previdência e para participar intensamente dos debates sobre o tema no Congresso Nacional, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que, quanto mais a sociedade ter conhecimento do texto e pressionar, mais chances a proposta do governo Bolsonaro terá de ser barrada. Ele participou, nessa quarta-feira (20), do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social.
Para Humberto, o clima atual entre deputados e senadores é de rejeição do projeto. Na sua avaliação, a proposição promove um desmonte da política de seguridade social desenhada na Constituição Federal, elimina direitos importantes conquistados e condena milhões de brasileiros a viver na pobreza. Enquanto isso, segundo ele, a reforma dos militares é mais branda.
“Essa reforma já era. Do jeito que está, repleta de ataques aos brasileiros, não passa. Até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é a favor de mudanças no sistema previdenciário, sabe disso. Vamos seguir na pressão para derrubar essa barbaridade que quer detonar o futuro dos trabalhadores”, disse.
O senador acredita que a unidade das bancadas nas duas casas legislativas, junto com lideranças e movimentos populares, “vai nos dar a força política para poder enfrentar a reforma. “Quanto mais rápido esclarecermos a população sobre as maldades previstas na medida, mais chances temos de derrubar a matéria”, comentou.
O líder do PT entende que um dos principais problemas da atual reforma é que ela, assim como a proposta de Temer, só ataca um lado da questão, que é o de corte das despesas – sem analisar o impacto na vida do brasileiro. Ele observa que o aumento da receita, principalmente cobrando dos mais ricos, está descartado no texto enviado ao Congresso.
“O governo não prevê uma linha sequer para combater os sonegadores neste país, que devem cerca de R$ 500 bilhões aos cofres públicos. Só este valor cobriria o rombo previdenciário estipulado pelas autoridades”, disparou. O senador tem certeza que a reforma da Previdência, do jeito que está, vai estourar nas costas dos mais pobres. Ele explicou o que irá ocorrer.
“Um pobre que começar a trabalhar aos 14 anos como jovem aprendiz terá de contribuir 48 anos, se for mulher, ou 51 anos, se for homem, para atingir a idade mínima de aposentadoria (62/65 anos). Alguém de classe média que comece a vida profissional aos 25 anos terá de trabalhar menos. Em 37 anos, se for mulher, ou 40 anos, se for homem. Assim, atingirá a idade mínima. Ou seja, os pobres podem ter de contribuir por até 11 anos ou quase 30% a mais que a classe média”.
Membro da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, Humberto garantiu que irá trazer os movimentos sociais para debater o assunto no Congresso Nacional sempre que possível e levar a mobilização nacional às ruas de todas as regiões de Pernambuco.