Em meio a toda barbárie que o país vive, governo se preocupa em liberar mais armas, diz Humberto

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O sentimento do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), de que o país está metido num atoleiro desde que Bolsonaro tomou posse como presidente se intensificou nesta quarta-feira (13). Segundo ele, os escândalos e a paralisia geral tendem a agravar a forma absolutamente atabalhoada com que o Planalto toca o Brasil e as suas relações com o Congresso Nacional.

 

 

“O que se vê é uma enorme falta de competência para a formatação de uma pauta prioritária que ofereça soluções aos graves e urgentes problemas brasileiros, como a estagnação econômica, desemprego, avanço da pobreza e desmantelamento de políticas sociais estruturantes à população”, resumiu.

 

 

Humberto ressaltou que, num cenário em que 13 milhões de pessoas estão formalmente sem emprego, um dos primeiros atos do presidente da República foi um decreto pelo qual permitiu, “em afronta à legislação”, que o cidadão possa ter a posse de quatro armas de fogo.

 

 

Ele lamentou a tragédia em Suzano, na Grande São Paulo, que resultou em pelo menos dez mortes em uma escola na manhã desta quarta, e ressaltou que Bolsonaro defende que o Brasil seja inundado por mais armas sob o argumento de que é preciso garantir a segurança do chamado “cidadão de bem”.

 

“Nós estamos vivendo no Brasil um processo acelerado para a constituição de uma sociedade armada, o que não guarda qualquer relação com a índole e com a tradição do povo brasileiro”, comentou.

 

 

O senador lembrou que as principais medidas encaminhadas pelo Palácio do Planalto ao Congresso ou destroem direitos do povo ou tratam de absurdos. Ele citou o projeto que autorizou funcionários subalternos da administração federal a classificar o acesso a documentos, impedindo a consulta pública por décadas (já barrado pela própria base aliada), e o “midiático pacote anticrime” de Sergio Moro, que oficializa a licença para matar.

 

 

“E ainda temos a reforma da Previdência, que violenta a própria dignidade humana, que cobra dos mais pobres a fatura de um torto ajuste que se quer fazer, estabelecendo em apenas R$ 400 por mês, menos da metade de um salário mínimo, o Benefício de Prestação Continuada dos idosos”, criticou.

 

 

O parlamentar acredita que o governo tem de se encontrar para governar e melhorar a vida dos brasileiros, estabelecendo uma pauta robusta com o Legislativo à altura dos desafios do país. “Não é com bravatas, que mais atrapalham do que ajudam o Brasil a sair da imensa crise em que se encontra”, disse.

 

 

O líder do PT observou que todos sentem na pele esse desgoverno generalizado, principalmente o Nordeste, que, durante os períodos de Lula e Dilma, foi uma locomotiva brasileira, crescendo mais que a média nacional. Atualmente, a região tem um PIB que chega apenas à metade do PIB do país.