FHC age com pequenez política contra o Brasil, diz Humberto

Humberto participa de reunião do ParlaSul em Montevidéu, no Uruguai; ele retorna nesta terça-feira ao Brasil. Foto: Gabinete senador Humberto Costa
Humberto participa de reunião do ParlaSul em Montevidéu, no Uruguai; ele retorna nesta terça-feira ao Brasil. Foto: Gabinete senador Humberto Costa

 
A declaração dada por Fernando Henrique Cardoso de que a presidenta Dilma Rousseff deve renunciar ao mandato como “gesto de grandeza” é um grande equívoco, não contribui para o fortalecimento da democracia, apequena o papel de um ex-presidente da República e retrata um sentimento de inveja. Esta é a opinião do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), que rebateu as declarações de FHC em nome da bancada de senadores.
Para Humberto, se o tucano Fernando Henrique realmente acredita que todo presidente que enfrenta baixos índices de popularidade e dificuldades na área econômica deve renunciar ao cargo, ele próprio deveria ter tido esse “gesto de grandeza” durante o seu mandato. Quando estava no poder, FHC foi alvo de denúncias relacionadas ao escândalo da compra de votos no Congresso Nacional para viabilizar a própria reeleição e das privatizações de estatais, além de um elevado índice de impopularidade registrado depois de reeleito, em 1998.
“É um grave equívoco falar em renúncia. Se um governo que está mal avaliado e enfrentando uma crise econômica tivesse que renunciar, Fernando Henrique também o deveria ter feito quando foi presidente. Ele também enfrentou uma grave crise econômica, pior do que a enfrentada agora, e também havia muitas denúncias de corrupção envolvendo diversas áreas do seu governo”, afirma.
O líder do PT avalia que o comentário do tucano demonstra uma pequenez política porque um ex-presidente deveria estar contribuindo para melhorar o país, e não para tumultuá-lo num momento de instabilidade. “Ele deveria mostrar uma postura de estadista, mas está parecendo mais um líder de torcida”, disse.
PARLASUL
Humberto retorna nesta terça-feira (18) ao Brasil, após missão oficial no Uruguai, onde participou, como representante do Congresso Nacional brasileiro, da reunião do Parlamento do Mercosul (ParlaSul).
O grupo de parlamentares dos cinco países que compõem o bloco da região aprovou uma declaração de apoio ao pleno exercício da democracia nos países membros do Mercosul, à soberana vontade expressa nas urnas e à legalidade de governos democraticamente eleitos na região, como uma reafirmação do pleno respeito pelos direitos humanos.
O grupo formado por parlamentares do Brasil, Argentina, Paraguai, Venezuela e Uruguai se reuniu nos últimos três dias em Montevidéu para debater a situação política do continente e trocar experiências que contribuem para a democracia, a representação, a transparência e a legitimidade social no desenvolvimento do processo de integração e as suas regras.
Humberto explicou que o ParlaSul aprovou três declarações, sendo que a a primeira delas expressa o apoio ao pleno exercício da democracia nos países membros do Mercosul.
Ele disse que o encontro serviu para uma aproximação ainda maior entre os países da região, na busca por qualidade e equilíbrio institucional do Mercosul. “É um espaço comum em que o pluralismo e a diversidade da região se refletem.”
O Parlasul aprovou ainda duas outras declarações: uma de condenação ao desaparecimento de 43 estudantes mexicanos de uma escola rural de Ayotzinapa e uma de apoio e solidariedade à Venezuela pela disputa territorial com a Guiana Francesa. Os dois países competem por um território marítimo que pode concentrar mais de 15 bilhões de barris de petróleo.