Foto: Roberto Stuckert Filho

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) institucionalizou o balcão de negócios no Congresso Nacional. Foi assim que o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), resumiu a oferta de direcionamento de verbas do orçamento feita pelo governo para garantir apoio de deputados à Reforma da Previdência. O valor chega a R$ 40 milhões por voto de parlamentar. Para aprovar a medida, Bolsonaro precisa de 308 votos dos 513 da Câmara Federal. Se mantiver a promessa, o governo desembolsará mais de R$ 12 bilhões para aprovar o projeto. 

“Bolsonaro se elegeu com discurso de que seria a nova política. Mas não há nada mais velho e atrasado do que a sua figura e as suas práticas. Quer oficializar o tomar lá, dá cá, usando bilhões do erário para comprar deputados com a finalidade de que eles votem para retirar direitos do povo. Agora, a gente entende porque ele diz que não tem dinheiro para a educação, para a saúde e até para a Previdência. Está tudo sendo usado para a compra de votos”, afirmou o senador. 

A proposta do governo é dar a parlamentar que se alinhar ao Planalto uma cota extra de R$ 10 milhões por semestre, totalizando os R$ 40 milhões até 2020. O valor é ainda maior para líderes que garantirem votos de seus partidários, R$ 80 milhões. Para Humberto, a medida mostra o desespero do governo para tentar aprovar o projeto, que penaliza os mais pobres e mantém privilégios de diversos setores. 

“É um projeto perverso, que acaba com a Previdência Social como conhecemos hoje. Sem proposta para o país, o governo quer empurrar essa reforma de todo jeito, na tentativa de agradar o mercado. Esquece que é o povo pobre que movimenta a economia desse país e que uma medida como essa vai aumentar ainda mais a distância entre ricos e pobres e agravar a crise que vivemos. Estão comprando deputados como nunca, com cifras inimagináveis. É preciso resistir, denunciar e anotar a cara de cada deputado que se vender a esse projeto nefasto do governo”, defendeu Humberto.