Humberto Costa defende mais ousadia na políticas de juros do Brasil


O líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo no Senado, Humberto Costa (PE), defendeu nesta quarta-feira (10/8), mais ousadia por parte do Banco Central no enfrentamento da inflação para evitar novos aumentos da taxa básica de juros, a Selic. “O Brasil está indo na contramão do que se pratica internacionalmente. O Brasil está muito distante juros civilizados. Será que nós somos os únicos certos? Que medidas estruturais temos que tomar para reduzir juros e o custo da nossa dívida? Acredito que haverá pressão para que mudemos esta visão e procurar diversificar a estratégia para enfrentar a inflação”, afirmou.
Para o senador, a adoção de medidas alternativas como a ampliação do depósito compulsório e restrições ao crédito tem sido ainda insuficientes. “Nossa expectativa é que este quadro paradoxal estimule nossos economistas pensar em saídas diferentes simplesmente da alta das taxas de juros”. Na sua opinião, o Governo tem agido com cautela mas, “no que se refere à política de juros é necessário ter mais ousadia”.

Ouça a opinião do senador sobre o tema:
 
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Em entrevista à Rádio Senado (ao lado), o parlamentar comentou o apelo que a presidenta Dilma Rousseff fez ao Congresso Nacional para evitar a aprovação de novas despesas. “Num primeiro momento é evitar que sujam novas despesas. Foi feito um pedido ao Congresso no sentido de ter menor ansiedade em relação à liberação de recursos como restos a pagar e emendas parlamentares relativas a 2010”, disse.
“É preciso que o Congresso assuma postura diferente do que foi assumida por governo e oposição nos Estados Unidos, que fez gerar inúmeras incertezas naquele país e no mundo”, acrescentou referindo-se ao momento em que o congresso norte-americano atrasou a aprovação do limite de endividamento do país. A medida, segundo Humberto, faz parte da cautela adotada pelo Governo Federal para garantir a estabilidade da economia brasileira em resposta à crise financeira mundial.
De outro lado, o Palácio do Planalto quer a aprovação da Desvinculação de Recursos da União (DRU) – mecanismo que proporciona maior liberdade ao manejo do Orçamento da União para poder gastar e, com isso, atender necessidades imediatas e realizar investimentos prioritários.
Entre as prioridades, também está a aprovação da Medida Provisória 540/2011, que institui o Plano Brasil Maior com estímulos tributários para a indústria brasileira exportadora. Também em pauta estão o Projeto de lei Complementar (PLP 591/10)que amplia o Simples Nacional, anunciada nesta terça-feira, e a MP 529/2011, que reduz a contribuição previdenciária para o microempreendedor e poderá ser votada ainda hoje no Senado.
Otimista, Humberto Costa disse serem prematuras as previsões do mercado financeiro de revisão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, projetado para 4,5%. “O Brasil tem uma praxe e tem quebrado expectativas, que são muito pessimistas. Nossa economia e mercado interno nos pregam sempre uma surpresa e o Brasil tem crescido além das projeções”, lembrou.
Ao admitir que o Orçamento de 2012 pode ficar um pouco aquém das expectativas, o senador pernambucano disse acreditar que é possível superar o que chamou de rescaldo da crise de 2008/2009. Ele enfatizou que o Governo Federal optou, logo no início deste ano, por implementar um ajuste fiscal.
Fonte: da Liderança do PT no Senado, com informações da Rádio Senado.
Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado.