Humberto denuncia corte de programa que garante acesso de milhares de indígenas e quilombolas à universidade

Cerca de 2.500 calouros das universidades correm o risco, somente neste semestre, de abandonar os estudos por conta do corte. Foto: Roberto Stuckert Filho
Cerca de 2.500 calouros das universidades correm o risco, somente neste semestre, de abandonar os estudos por conta do corte. Foto: Roberto Stuckert Filho

 
O líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), denunciou mais um desmonte do governo Temer na área da educação. O Programa Bolsa-Permanência (PBP), que garante uma ajuda mensal para estudantes universitários oriundos de comunidades indígenas e quilombolas de todo o país, foi interrompido pela gestão emedebista. Com isto, agora, cerca de 2.500 calouros das universidades correm o risco, somente neste semestre, de abandonar os estudos por conta do corte.
“Este é mais um exemplo da péssima gestão do governo Temer na área da educação. Ministro vai, ministro vem e o método é o mesmo: cortar tudo o que conseguimos avançar durante os governos do PT. Todos sabem que investir em educação é investir no futuro desse país, mas o que a gente tem visto é uma onda de retrocesso sem tamanho. Como disse o próprio Temer: voltamos 20 anos em dois”, ironizou.
A interrupção no PBP pode, ainda, afetar um número muito maior de estudantes. Até o fim do ano, os cortes devem atingir cerca de 5.000 indígenas e quilombolas que dependem da bolsa para poder se deslocarem para centros universitários, às vezes situados a centenas de quilômetros da cidade natal, para garantir despesas de alimentação e moradia.
Desde o início do ano letivo, os jovens que teriam direito ao benefício não conseguem inserir os seus nomes no sistema que dá acesso ao programa. O projeto, criado em 2013, no governo de Dilma Rousseff (PT), já possibilitou o acesso à educação a mais de 18 mil estudantes de aldeias e quilombos em todo o país. “Ao interromper o programa, o que estão fazendo é negar o acesso à educação a esses jovens que, muitas vezes, precisam se deslocar, morar em outros locais para poder garantir o ensino universitário. Acabar com o programa é destruir o futuro de milhares de pessoas”, declarou o senador.