Foto: Roberto Stuckert Filho

Preocupado com a má gestão, a absoluta desorganização e a imensa quantidade de cargos vagos no Ministério da Educação (MEC) desde o começo do ano e também com a falência da gráfica responsável pela impressão do Enem, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), apresentou um requerimento de informações para que o MEC explique que medidas está tomando para assegurar a realização do Exame Nacional do Ensino Médio.

O senador quer saber como a pasta irá garantir a segurança e a lisura do processo e que tipo de interferência ideológica recentes diretrizes do MEC podem ter sobre o conteúdo das provas, que serão aplicadas em outubro.

No requerimento, ele pediu explicações sobre a criação da comissão composta por três integrantes, indicados pelo ministro, que terá acesso livre às questões da prova e poderá interferir no conteúdo.O parlamentar ressaltou, ainda, que os vários cargos fundamentais vagos na pasta, como a Secretaria de Educação Básica e a própria presidência do Inep, que responde pela execução do Enem, devem ser preenchidos para o ideal funcionamento da estrutura.

“Nós desejamos muito que o MEC saia dessa paralisa, que marca os 100 dias de governo Bolsonaro. Nós também não vamos permitir que o Enem seja usado como um instrumento de imbecilização coletiva por esse governo. O exame é uma conquista da educação brasileira e não pode ser jogado no lixo pela bagunça dessa gestão”, declarou.


Humberto espera que o novo ministro, Abraham Weintraub, deixe de lado o rosário de bobagens que já proferiu por aí – entre elas, a incitação à agressão por meio de xingamentos a quem pensa diferente – e assuma efetivamente as suas responsabilidades.

“E que ele faça isso com a consciência de que o MEC tem uma dimensão pública, de que é o condutor do nosso futuro por meio da educação, e não pode ser medido pela régua do mercado e das instituições bancárias às quais ele tão devotamente já serviu”, afirmou.

No requerimento, Humberto ressaltou que, com a reformulação do Enem em 2009 e a implementação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em 2010, o exame deixou de ser apenas um instrumento de avaliação do Ensino Médio e passou a ser a principal via de acesso da juventude brasileira ao Ensino Superior, o que permitiu a democratização do acesso às instituições públicas e privadas do país.

Desde que o Enem foi reformulado, o número de estudantes inscritos cresceu ano após ano, saltando de 6,2 milhões, em 2011, para quase 9,3 milhões, em 2016.

“Trata-se do segundo maior exame de acesso ao ensino superior do mundo, o que exige uma operação logística complexa e um planejamento estratégico, com mais de 11 módulos de segurança e mais de 3,6 mil pontos de controle, para garantir o sigilo dos itens disponíveis da prova”, explicou