Foto: Roberto Stuckert Filho

As denúncias feitas pela imprensa, com base em dados públicos do Portal da Transparência, de que o governo federal gastou mais de R$ 1,8 bilhão com alimentos em 2020 e, desse total, R$ 15 milhões somente com leite condensado, levaram o senador Humberto Costa (PT-PE) a pedir uma investigação sobre a empresa fornecedora do produto.

As compras da administração Bolsonaro registraram – além de leite condensado, que o presidente gosta de comer com pão – chiclete, pizza, geleia de mocotó e refrigerantes, entre outros itens, para abastecer órgãos do governo. A empresa responsável pelo leite condensado, Saúde & Vida Comercial de Alimentos Eireli, que tem contratos de R$ 37 milhões com a atual gestão, seria da mulher de um pastor e mãe de um empresário que também teria recebido do governo R$ 25 milhões em contratos.

Uma busca pelos proprietários das firmas nas redes sociais, no entanto, demonstra que eles têm origem econômica simples e incompatível com as cifras astronômicas que teriam recebido, o que denotaria a existência de laranjas e empresas de fachada.

Nós sabemos que o presidente e sua família são experts nesse tipo de prática. Agora, queremos saber se isso foi levado para dentro da administração federal e virou um modo de operar do governo”.

Senador Humberto

Em ofícios enviados ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Humberto Costa pede que os órgãos investiguem o caso para analisar se os produtos comprados foram efetivamente entregues e se, dada a quantia milionária empregada, a empresa teria capacidade financeira para firmar o contrato, que beneficiou, especialmente, o Ministério da Defesa.