A denúncia de que o governo Bolsonaro usou mais de R$ 1,3 milhão de recursos públicos com influenciadores para promover o ineficaz e perigoso “tratamento precoce” contra a Covid-19 levou o senador Humberto Costa (PT-PE) a recorrer ao Ministério Público com um pedido de investigação. Segundo o parlamentar, o dinheiro foi usado ilegalmente.

O Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação Social retiraram do montante de R$ 19,9 milhões de uma campanha publicitária sobre a pandemia a parcela com que pagaram influenciadores como a ex-BBB Flávia Viana e outros influenciadores como João Zoli e Jéssika Taynara. A missão deles era convencer seus seguidores, por meio de postagens, a aderir ao “tratamento precoce”.

Obsessão de Bolsonaro, o “tratamento” à base de medicamentos como cloroquina, ivermectina e azitromicina é totalmente fake. Nenhum estudo científico até hoje mostrou qualquer eficácia dos produtos e, ao contrário, pesquisadores condenam seu uso que pode, em alguns casos, provocar danos à saúde e até a morte de quem os consome.

Não podemos aceitar que, em um momento de tanta dificuldade, o governo torre dinheiro público para convencer a população a tomar drogas sem qualquer eficácia. É um desserviço a um país que já conta mais de 300 mil mortos e viveu o seu pior março da história”.

Senador Humberto

Em ofício enviado ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, o senador requer a abertura de investigação sobre o caso para apuração das responsabilidades e restituição ao erário dos recursos gastos irregularmente.