Humberto vai à PGR pedir investigação de crimes de Geddel e seu afastamento

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Após pedir a demissão imediata do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), por envolvimento em denúncias de favorecimento pessoal ilícito, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), protocolou, nesta segunda-feira (21), medida cautelar na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que sejam apurados possíveis crimes cometidos pelo peemedebista e o seu afastamento do cargo.
Na última sexta-feira, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão depois de se sentir pressionado por Geddel. De acordo com Calero, o colega de Esplanada tentou obter vantagens pessoais em um empreendimento imobiliário de luxo em Salvador, cujo parecer técnico é de responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), subordinado ao ministério.
“Estamos diante de uma denúncia gravíssima que envolve o ministro que trabalha na antessala do presidente sem-voto Michel Temer (PMDB). Ele é acusado de praticar, claramente, advocacia administrativa quando usou seu poder político para tentar benefício próprio”, resumiu Humberto.
Para o senador, trata-se de um escândalo de proporções gigantescas porque atinge diretamente o presidente da República, já que ele teria conhecimento dos fatos, narrados pelo próprio Calero a Temer. “Ora, se Temer ouviu do ministro da Cultura que Geddel estava tentando influenciar um parecer do Iphan, que não teria como ser modificado, ele deveria demitir Geddel. Se não fez isso, Temer cometeu crime de prevaricação”, ressaltou.
O líder do PT explica que o crime se configura quando a autoridade toma conhecimento sobre um delito, mas nada faz para impedi-lo. “Pelo contrário, o presidente não tomou qualquer atitude e não responsabilizou o delinquente. Aliás, as informações que circulam é que a decisão de Temer foi a de manter o ministro. Por qual razão?”, questionou.
O parlamentar acredita que Geddel se mantém como ministro porque Temer tem receio de afastá-lo do governo e sofrer ameaças que comprometam o Palácio do Planalto. De acordo com Humberto, a suposta cautela demonstra, cabalmente, que Temer é um presidente fraco e não exerce os poderes que lhe competem. “A cada minuto que Geddel permanece, não é apenas mais um ministro em jogo, mas o próprio governo”, avalia.
A ofensiva de Humberto contra as denúncias envolvendo o governo Temer também inclui o pedido, feito hoje, de convocação de Geddel no plenário do Senado e nas comissões de Constituição e Justiça, de Fiscalização e Controle e de Educação para que explique as acusações que lhe foram feitas pelo colega de governo. Além disso, o líder do PT formalizou pedido de convite para que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero vá ao Senado dar maiores detalhes sobre a denúncia.
Humberto lembrou que Calero é o quinto ministro do governo Temer a cair em meio a denúncias de corrupção. “E veja que eles usaram como pretexto para o impeachment de Dilma o argumento de que, ao assumiu o poder, a corrupção no Brasil acabaria. Mas o que nós vemos, no dia a dia, são atos ilícitos praticados com a maior desfaçatez por integrantes desse governo”, concluiu.