Mais Médicos corre risco de perder profissionais cubanos, alerta Humberto

Para Humberto, essa é uma MP extremamente importante para a população mais carente. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado
Para Humberto, essa é uma MP extremamente importante para a população mais carente. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado

 
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), defendeu que a Medida Provisória nº 723/2016, enviada ao Congresso Nacional, em abril, pela presidenta Dilma Rousseff, seja votada urgentemente pelo Senado Federal. A MP, que prorroga por três anos o prazo de atuação dos médicos do programa Mais Médicos contratados por meio de intercâmbio, tem validade até o próximo dia 29 de agosto e só foi aprovada pela Câmara dos Deputados na noite dessa segunda-feira (22).
Os profissionais diretamente beneficiados são os cubanos que estão atuando no Brasil por intermédio de uma parceria do Governo Federal com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Para Humberto, essa é uma MP extremamente importante para a população mais carente. “Antes do Mais Médicos, tínhamos uma grande parcela de pessoas que viviam à margem dos seus direitos básicos, sem receber nenhum tipo de atendimento médico. Agora, com esse programa, 63 milhões de brasileiros estão sendo beneficiados. E os cubanos têm grande responsabilidade nesse sucesso, pois representam mais de 60% dos profissionais que atuam no programa”, lembrou Humberto.
O petista foi relator da MP 723 na Comissão Mista Especial do Congresso e deu seu parecer favorável à sequência da lei. Aprovada na Câmara, ele segue para o Senado que, a partir do dia 25, estará voltado ao julgamento do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Se a Casa não a analisar, cerca de 2.400 médicos cubanos terão que retornar imediatamente para seu país. “Temos dois dias para analisar e aprovar o texto. Não podemos negligenciar esse tema”, afirmou o líder do PT. Ao todo, são mais de 18 mil médicos que participam do programa, dos quais 11.429 são cubanos, 1.537 são formados no exterior e o restante, médicos formados no Brasil.
O Mais Médicos foi criado pela presidenta Dilma em julho de 2013, e já garantiu 18.240 médicos atuando em 4.058 municípios e nos 34 distritos de saúde indígenas. O Tribunal de Contas da União (TCU) elaborou relatório, a partir da avaliação da chegada dos médicos em 1.837 municípios, e já trouxe vários impactos sentidos pela população. Foram 33% de aumento no número de consultas mensais na atenção básica e 32% a mais na quantidade de visitadas domiciliares, de janeiro de 2013 a janeiro de 2015, nas cidades participantes do programa.
“Esse é um excelente número. Poderíamos aumentar ainda mais se tivéssemos o esforço do Governo Federal em dar continuidade ao programa. Mas o que vemos é um presidente e um ministro da Saúde que não têm nenhum interesse no Mais Médicos. É muito triste isso. Serão milhões de pessoas que deixarão de receber esse atendimento, caso o programa acabe”, lamentou o senador petista.