A mando de Temer, PM reprime violentamente manifestação por diretas já, acusa Humberto

 

Humberto: Foi um verdadeiro enfrentamento militar com bombas e cavalaria. Foto: Roberto Stuckert Filho
Humberto: Foi um verdadeiro enfrentamento militar com bombas e cavalaria. Foto: Roberto Stuckert Filho

 
Acabou com muita violência e repressão, por parte da Polícia Militar do Distrito Federal, uma manifestação pacífica com mais de 100 mil pessoas pedindo diretas já pelas ruas de Brasília. O líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que participou do protesto na capital federal, lamentou a conduta policial e disse acreditar que a PM está a mando do presidente não eleito Michel Temer (PMDB).
“Foi um verdadeiro enfrentamento militar com bombas e cavalaria. Tudo o que tinha sido acertado conosco ontem, em reunião com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), não foi cumprido. Quem manda é o Palácio do Planalto, é Temer, que – acuado como está – manda bater e espancar para reprimir manifestantes”, afirmou Humberto, que foi vítima das bombas da PM.
Para Humberto, todos sabem que a ordem para que a polícia aja com violência parte diretamente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que se coordena com o comandante da corporação. “Estivemos ontem com o governador do DF para pedir que a PM agisse com respeito à lei. Mas parece que ele não manda na própria polícia. É lamentável”, disse.
Manifestantes de todo o país participaram do “Ocupa Brasília”, nesta quarta-feira (24), para pedir a saída de Temer, eleições diretas já e o arquivamento das reformas trabalhista e da Previdência no Legislativo. O movimento foi iniciado, ainda pela manhã, no estádio Mané Garrincha e depois seguiu pelo centro da cidade até chegar à Esplanada e ao Congresso Nacional, onde foi reprimido pela PM.
“A manifestação estava linda, colorida e com gente de todo o país. Só não sabíamos que acabaria daquela forma, com muita violência, feridos, pessoas sem conseguir respirar e um verdadeiro pânico no gramado central do poder do país. Nos resta lamentar e pedir explicações”, reiterou.
De acordo com o senador, é preciso manter o espírito de luta, pacífica, contra as propostas do governo Temer, que irão afetar negativamente milhões de brasileiros. “Não podemos ceder agora. É tudo que eles querem, que o povo não ocupe as ruas. Mas vamos mostrar a eles que estamos firmes nessa batalha”, comentou.