Evasivo e sem informações precisas sobre o quadro da pandemia no Brasil, o ministro da Saúde, Nelson Teich, foi sabatinado pelos senadores em uma sessão remota por mais de cinco horas, nessa quarta-feira (29), e frustrou a Casa por não agregar nada de consistente å audiência. Em um dos momentos de maior pressão, Teich foi desafiado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde do presidente Lula, a assumir uma posição clara sobre o isolamento social, criticado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Durante o encontro, o recém-empossado no cargo, após a derrubada de Luiz Henrique Mandetta, deixou questões sem respostas, não assumiu posições claras e, muitas vezes, passou a resposta a assessores, como sobre a situação do Amazonas, primeiro estado a entrar em colapso no país. Tudo isso no dia em que o Brasil chegou a 5.466 mortes e 78.162 contaminados pela Covid-19.

Em sua fala, Humberto cobrou uma posição clara do ministro da Saúde sobre o isolamento social, uma vez que Teich passou toda a sessão sem querer confrontar a posição de Bolsonaro de suspender a quarentena no Brasil. O ministro preferiu não responder à pergunta e silenciou.

O que vimos foi um ministro omisso e desinformado, alguém que confirmou a imagem que já tínhamos dele: pode ser um bom profissional, mas não conhece o SUS e não sabe para onde ir”.

Senador Humberto

O senador ressaltou que o ministro afirma que desconhece sobre o pico da pandemia, que não sabe em que momento virá, que não sabe, enfim, para onde conduzir a saúde no país. Serviu a desnudar a ignorância do governo federal sobre a gravidade do momento. Eles estão completamente desorientados”, afirmou.

Teich não soube responder, por exemplo, quando o Brasil atingirá o pico da doença, não conseguiu falar sobre a garantia do reforço de profissionais, unidades hospitalares e recursos a estados e municípios, nem trouxe qualquer informação consistente sobre o avanço no uso de medicamentos de combate ao vírus.”Foi frustrante. Em um momento em que todas as estatísticas mostram que estamos em um péssimo caminho, a falta de orientação do ministro evidencia que a situação é muito mais grave do que parece”, analisou o senador. “Não se pode esperar nada do governo federal. Eles não só não sabem como conduzir o país, como, muitas vezes, agem contra os esforços no combate à doença, como faz, todos os dias, o presidente da República.”