Foto: Alessandro Dantas

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), anunciou que vai articular a convocação do ministro da Cidadania, Osmar Terra, para prestar explicações sobre o desmonte promovido no Bolsa Família, considerado um dos maiores e mais importantes programas de inclusão social do mundo. O senador afirmou que, apenas entre maio e setembro deste ano, 800 mil famílias foram descredenciadas da política sem qualquer argumentação por parte da pasta.

“Osmar Terra é muito preocupado em combater o uso medicinal da maconha, é muito empenhado em internar em comunidades terapêuticas usuários de drogas, mas não parece ter qualquer preocupação com as famílias que estão vivendo à míngua pela falência do programa que hoje ele comanda”, declarou o parlamentar.

Ele disse que vai exigir as explicações devidas para o que chamou de política atentatória à própria dignidade humana porque é inaceitável que um país com as riquezas do Brasil se conforme com tanta miséria.

Para Humberto, o Bolsa Família vem sendo minado pelo governo Bolsonaro. Dados divulgados pelo ministério de Osmar Terra comprovam que 800 mil famílias foram descredenciadas do Bolsa Família somente entre maio e setembro. 

“E isso ocorre justamente em um período em que a pobreza e a desigualdade social estão aumentando. Essa é uma política criminosa de Estado de estrangulamento dos mais pobres em várias frentes. É na retirada de direitos trabalhistas, é na Reforma da Previdência, é na destruição em larga escala de programas sociais. Tudo nesse governo nefasto é voltado a dizimar a população mais necessitada da nossa sociedade”, sublinhou. 

O senador ressaltou que a própria Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), “para a qual Bolsonaro vive se rastejando aos pés de Donald Trump pelo ingresso do Brasil”, recomendou que o país invista mais no Bolsa Família e ajuste o limite de renda para que mais pessoas em situação de risco se enquadrem no programa.
Segundo o parlamentar, não há justificativa para essa mazela que hoje ocorre, senão o desprezo com que esse governo trata os mais pobres.

 “Estamos diante de um presidente que tem declarada aversão aos pobres e fez sucessivos cortes no orçamento do programa. Hoje, a espera de uma família para entrar no Bolsa Família já supera os 45 dias, como se a fome pudesse aguardar a burocracia do governo” criticou.

O líder do PT no Senado também demonstrou preocupação com a penúria fiscal do Bolsa Família para 2010. Segundo ele, a situação ainda tende a piorar no ano que vem porque o orçamento não prevê aumento dos recursos nem incluiu o 13º anunciado para o programa.

“Ou seja, se já falta dinheiro hoje, como é que serão honrados os benefícios do ano que vem com a incidência da inflação e o pagamento de uma nova parcela anual? É impossível. É uma conta que não fecha. O que haverá é a redução do tamanho do programa com a consequente exclusão do cadastro de milhões de pessoas em situação de risco”, lamentou.