Relatório da Comissão resgata verdade do passado, diz Humberto

15810269640_639983a651_z(1)
O relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), entregue à presidenta Dilma Rousseff nessa quarta-feira (10), traz ao Brasil a verdade do passado. Essa é a avaliação do líder do PT no Senado, Humberto Costa, que esteve na tarde do mesmo dia com o presidente da Comissão, Pedro Dallari, em reunião na presidência do Senado. Para Humberto, a CNV produziu um documento bastante consistente e extremamente importante para a História do país.
“Foi um trabalho exaustivo realizado pela Comissão, que resultou no pedido de responsabilização de agentes públicos e privados envolvidos numa política sistemática de repressão do Estado brasileiro durante os regimes militares. Isso é algo muito importante para que consolidemos a nossa democracia e evitemos que se repita esse período sombrio que se abateu sobre o nosso país durante tantos anos”, afirmou o líder do PT.
 

Foto: Senado Federal
Foto: Senado Federal

A Comissão Nacional da Verdade, criada pela presidenta Dilma em 2012, trabalhou durante dois anos e sete meses com a finalidade de apurar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, período entre as duas últimas constituições democráticas brasileiras. O seu relatório final, composto de três volumes, foi baseado nos depoimentos, audiências, sessões públicas e perícias realizados em 20 unidades federadas. Foram objeto de investigação as prisões sem base legal, a tortura e as mortes dela decorrentes, as violência sexuais, as execuções e as ocultações de cadáveres e os desaparecimentos forçados.
O trabalho resultou no pedido de responsabilização de 377 pessoas, entre elas todos os presidentes do regime militar, por graves violações cometidas contra os direitos humanos. A Comissão concluiu que a ditadura militar converteu a repressão e a eliminação de opositores em política de Estado, concebida e implementada a partir de decisões emanadas da Presidência da República e dos ministérios militares. Para a CNV, as práticas se configuram como “crimes contra a humanidade”.  Ao final, a Comissão contabilizou 434 nomes de mortos e desaparecidos políticos, mas, dada a falta de cooperação das Forças Armadas, não foi possível avançar na descoberta dos locais onde foram lançados os corpos. Apenas uma vítima foi identificada pela CNV.
“Como tem dito a presidenta Dilma, ‘a ignorância sobre a História não pacifica'”, explicou Humberto. “Com certeza, a ignorância não nos fará mais cordiais. A ignorância nos fará apenas mais ignorantes. Essa é uma grande oportunidade de respondermos as lacunas do passado, é uma grande oportunidade de o Brasil se reencontrar com a sua História. Não podemos desperdiçá-la”, concluiu.