No Senado, estudante Ana Júlia dá aula de humildade e sabedoria sobre educação, diz Humberto Costa

 Para Humberto, Ana Júlia demonstrou, mais uma vez, com sabedoria e humildade, que os jovens estão comprometidos com o futuro do país. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado

Para Humberto, Ana Júlia demonstrou, mais uma vez, com sabedoria e humildade, que os jovens estão comprometidos com o futuro do país. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado

 
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), registrou as declarações feitas na manhã desta segunda-feira (31) pela estudante Ana Júlia a favor de uma educação pública de qualidade para todos os brasileiros. A jovem de 16 anos que, na semana passada, chamou a atenção do país ao discursar na Assembleia Legislativa do Paraná em defesa das ocupações de escolas, falou hoje no Senado, durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH).
Bastante aplaudida, ela denunciou a repressão violenta que os alunos vêm sofrendo por conta das ocupações em defesa de mais investimentos no setor. Mais de 1,1 mil unidades de ensino estão ocupadas em todo o país.
Ana Júlia também afirmou que aqueles parlamentares que votarem pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 241/2016, que estabelece um teto nos gastos públicos com impacto direto na educação e na saúde, “estarão sujando suas mãos pelos próximos 20 anos”.
Crítico da PEC e integrante da CDH, Humberto avalia que os que querem calar, de forma violenta, a juventude defensora de um ensino público de qualidade são “fascistas, autoritários e cruéis”. Durante audiência pública na comissão sobre as propostas de limitação aos gastos públicos, com efeitos nas políticas educacionais e sociais, os estudantes citaram vários casos graves de abusos em escolas de vários estados.
“A estudante Ana Júlia contou que estão usando táticas abusivas. Na calada da noite, por exemplo, pessoas ligam o som alto com o hino nacional, como se os alunos não os respeitassem. O que ela e os jovens querem é debater a questão com profundidade, ouvindo, inclusive, os que são contrários ao movimento estudantil. Ela só prega o diálogo aberto, sem violência, pois se trata de um movimento pacífico”, afirma o senador.
Para Humberto, Ana Júlia demonstrou, mais uma vez, com sabedoria e humildade, que os jovens estão comprometidos com o futuro do país e cada vez mais atentos aos passos que os políticos dão contra os interesses dos cidadãos.
Ela criticou a Medida Provisória (MP) nº 746/2016, enviada pelo presidente sem voto Michel Temer (PMDB) ao Congresso Nacional com o objetivo de reformar o ensino médio. “Ana Júlia pediu que a MP não se concretize em lei. Assim como a gente, ela espera que o tema seja levado aos profissionais da educação para debate, junto com a sociedade, e que seja dada voz aos estudantes”, comentou o líder do PT.
Bastante elogiada, a estudante secundarista do colégio Senador Manoel Alencar de Guimarães, de Curitiba, declarou que os alunos aprenderam um novo significado de resistência. “A resistência não acaba quando saímos do portão da escola. Quando as pessoas falam ‘larga isso porque estamos do lado errado’, nós dizemos, de cabeça erguida, ‘não, não vamos largar: estamos fazendo isso pelo futuro do país’”, concluiu.