Temer e Mendonça querem enterrar o Pronatec, diz Humberto

Humberto: Essa gestão, mesmo provisória, tem vocação de coveiro. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado
Humberto: Essa gestão, mesmo provisória, tem vocação de coveiro. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado

 
Uma das maiores vitrines do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o Pronatec é um dos mais novos alvos da gestão interina de Michel Temer (PMDB). De acordo com o senador Humberto Costa (PT), o programa está correndo o risco de ser extinto pelo ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), que admitiu recentemente que poderá suspender o programa por tempo indeterminado.
“Essa gestão, mesmo provisória, tem vocação de coveiro. Veio para enterrar tudo o que há de bom. Na área da Educação e da Cultura, primeiro foi o Minc. No momento, a ameaça é a todos os programas exitosos de inclusão da educação brasileira, com o fim de desmantelar programas como o ProUni, o Fies e, agora, o Pronatec, que garante a milhões de jovens uma porta de entrada para o mercado profissional. Quando a gente deixa de investir em ações como essa, o país todo perde porque a gente diminui as perspectivas dos brasileiros, especialmente os mais jovens, reduzindo, consequentemente, a competitividade internacional”, disse Humberto.
Além do Pronatec, outros projetos do governo Dilma podem sofrer cortes ou até mesmo ser extintos. Entre eles, também está o Ciência sem Fronteiras, que garante bolsa de estudos para estudantes e pesquisadores no exterior, além de programas de alfabetização e de educação integral, como o Mais Educação, que financia a ampliação da jornada escolar em 600 mil unidades de ensino por em todo Brasil.
“O que se vê é uma inversão completa de prioridades. Todas as políticas voltadas para os mais pobres, para os que mais precisam, estão sendo cortadas ou extintas. O governo provisório de Temer conseguiu duas grandes proezas em dez dias: reunir o que há de pior no seu ministério e fazer a política mais retrógrada que o Brasil já viu desde os tempos da ditadura militar, banindo, inclusive, negros e mulheres do primeiro escalão do governo”, afirmou o senador.
O Pronatec surgiu, ainda no governo Lula, para tentar suprir uma lacuna de anos e anos de ausência total de investimento federal em formação técnica no Brasil. De 2011 a 2015, o programa teve mais de 9 milhões de matrículas. Ainda em março deste ano, a então presidente Dilma havia anunciado a abertura de mais de dois milhões de vagas para o Pronatec. Do total de vagas que foram anunciadas, estavam previstas 372 mil para cursos técnicos e 1,627 milhão para cursos de qualificação profissional.