Temer quer perdoar parte de dívida de ruralistas para conseguir votos para a Reforma da Previdência, denuncia Humberto

Para Humberto, a decisão de renegociar o débito confirma a tese de que Temer instaurou um “grande balcão de negócios no Congresso Nacional”. Foto: Roberto Stuckert Filho
Para Humberto, a decisão de renegociar o débito confirma a tese de que Temer instaurou um “grande balcão de negócios no Congresso Nacional”. Foto: Roberto Stuckert Filho

 
Na tentativa de garantir a aprovação da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o governo de Michel Temer (PMDB) colocou na mesa de negociação com a bancada ruralista o perdão dos juros de uma dívida de R$ 10 bilhões dos produtores com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). A iniciativa que tem como objetivo financiar benefícios previdenciários ao trabalhador do campo.
Para o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), a decisão de renegociar o débito confirma a tese de que Temer instaurou um “grande balcão de negócios no Congresso Nacional”. “Essa ação comprova a falácia que está sendo montada pelo Governo Temer para realizar a Reforma da Previdência. Ele diz que há um rombo, que o País está deficitário, que não suporta a carga. Mas se isso é mesmo verdade como é que agora ele propõe perdoar dívida e até reduzir a contribuição de devedores da Previdência? Essa conta não fecha”, questionou o senador.
Humberto lembrou ainda que Temer já instituiu como moeda de troca com o Legislativo cargos e liberação de emendas parlamentares. “É um jogo sujo. O governo Temer está tentando de todas as formas comprar o apoio de congressistas porque sabe que a população não aceita este projeto. E vou além: garanto que os parlamentares que se juntarem a Temer por esta reforma vão pagar um preço alto nas eleições de 2018”, avaliou o líder da Oposição.
O senador disse ainda que, nas próximas semanas, deve intensificar a pressão da sociedade contra a Reforma da Previdência. “A partir dessa semana, em Brasília, vai haver uma intensa movimentação contra a Reforma. No último dia 28, o País parou para dizer não à reforma. Agora, a ordem é aumentar ainda mais a pressão para que os deputados entendam o que está em jogo e não cedam aos apelos nada republicanos do governo ilegítimo de Temer por uma proposta que mantem privilégios e corta na carne do trabalhador”, afirmou.