“Temer retira benefícios da população carente e mantém os privilégios dele e da sua base aliada”, afirma Humberto

Humberto: É um verdadeiro descalabro, num momento de crise, Temer faz festa com aliados com dinheiro público. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado
Humberto: É um verdadeiro descalabro, num momento de crise, Temer faz festa com aliados com dinheiro público. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado

 
Apesar do discurso de austeridade e de ter enviado para o Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela os recursos com saúde e educação pelos próximos 20 anos, o governo de Michel Temer (PMDB) continua ampliando gastos e utilizando recursos públicos com despesas questionáveis. A denúncia é do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT). Segundo Humberto, Temer faz um discurso dissociado da prática: “cortando os benefícios da população carente e mantendo os privilégios dele e da sua base aliada”.
“Somente nesta segunda-feira (7), o governo Temer anunciou cortes em dois programas: o Bolsa-Família e o Seguro-Defeso. Para os mais pobres não tem dinheiro, mas para gastar 29 milhões no cartão corporativo em quatro meses, tem”, completou Humberto. Os valores gastos com os cartões corporativos entre julho e 4 de novembro ultrapassam o total gasto em todo o primeiro semestre de 2016, período em que Dilma Rousseff ainda era presidente da República.
O senador também criticou o gasto de mais de R$ 600 mil para a realização de um show de samba para convidados vips no Palácio do Planalto. A empresa responsável pela contratação dos artistas foi chamada por dispensa de licitação. Cerca de 600 pessoas devem comparecer ao evento. “É um verdadeiro descalabro, num momento de crise, Temer faz festa com aliados com dinheiro público. Se era para fazer um evento em homenagem ao samba, que abrisse os portões, que fizesse uma festa com o povo”, afirmou o senador.
Humberto ainda lembrou que, ao assumir, Temer ampliou o déficit primário em quase 100%. “Com Dilma, havia um teto de R$ 90 bilhões para o déficit primário. Na gestão do PMDB eles ampliaram para R$ 170 bilhões. Para onde este dinheiro está indo? Para a população, certamente, não é”, questionou.
Segundo o senador, caso aprovada a PEC 55 no Senado, essas disparidades tendem a se agravar. “O que acontece é que agora com essa PEC, quando Temer quiser fazer festinhas e ampliar o limite do cartão corporativo, ele vai ter que tirar da saúde e da educação, que já vão ser penalizadas pelo congelamento de recursos”, completou.