Vamos ocupar as ruas para defender a democracia, avisa Humberto

Humberto: oposição pode tirar o cavalinho da chuva porque as ruas vão reagir ao golpe. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT
Humberto: oposição pode tirar o cavalinho da chuva porque as ruas vão reagir ao golpe. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT

 
Depois de participar das manifestações em defesa da democracia, da legalidade e do Estado de direito na última sexta-feira (18) no Recife, o líder do Governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), declarou nesta segunda-feira (21) que mais de 1,3 milhão de pessoas foram às ruas do Brasil “dizer não à tentativa de golpe que vem sendo vergonhosamente urdida para rasgar a Constituição e depor uma presidenta da República legitimamente eleita pelo voto da maioria do povo brasileiro”.
Para o senador, foi uma demonstração popular de força, um aviso duro para aqueles que julgavam que o golpe à presidenta Dilma Rousseff seria aplicado sem reação. “Se a direita deste país, junto com as grandes redes de comunicação do Brasil e de uma parcela da oposição, acha que vai derrubar o Governo sem que haja qualquer resistência, é bom que tirem o cavalinho da chuva. Se querem jogar na base do conflito e do enfrentamento, que continuem tentando derrubar a presidenta Dilma”, afirmou.
O parlamentar entende que as manifestações completamente pacíficas da última sexta-feira foi uma atestação de que a população não vai se curvar a “uma trama armada por meia dúzia de conspiradores que, dentro de gabinetes e às escondidas, quer substituir os votos de 54 milhões de cidadãs e cidadãos por um governo ilegítimo organizado em negociatas”.
Humberto esteve ao lado das mais de 100 mil pessoas que foram às ruas na capital pernambucana. Ele avalia que os brasileiros mostraram que as ruas não têm dono e serão ocupadas em defesa não apenas do mandato popular da presidenta, mas também de um projeto que tirou o país do mapa da fome, resgatou mais de 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza e deu um presente e um futuro para parcelas inteiras da nossa população historicamente excluídas.
O congressista ressaltou que, diferentemente dos integrantes da oposição, enxotados pelos manifestantes que eles próprios convidaram para protestar contra o Governo no último dia 13, os aliados do Governo foram muito bem recebidos pelo povo.
“Aquela maré vermelha nos deu apoio, com pedidos para que permanecêssemos firmes na defesa do Governo, porque eles também estarão firmes nas ruas. Que eles não pensem que vão saciar essa sede pelo impeachment de Dilma. Eles não passarão”, disse.
“Não vamos deixar que qualquer aventureiro, sem o voto popular, compromisso com o povo brasileiro e história de luta possa querer usurpar o poder”, complementou.
O parlamentar também chamou a atenção para as notícias veiculadas hoje pela imprensa que dão conta de que o PSDB já articula com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), um novo ministério para uma eventual queda de Dilma. “Para além do ridículo e da vergonha que isso tudo representa, é abominável se observar o nível a que chegaram a conspiração e o golpismo nos dias de hoje. Li, inclusive, que eles até já começaram a se desentender. É lamentável ”, disparou.
No discurso, o congressista ainda aproveitou para criticar os excessos cometidos na Operação Lava Jato, ressaltados por vários ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Humberto, assim como os magistrados, questionou alguns atos recentes do juiz Sergio Moro, do Paraná, que está à frente das investigações.
A condução coercitiva do presidente Lula para depor à Polícia Federal e a produção de grampos ilegais registrados em conversas telefônicas entre Lula e a presidenta Dilma foram alvos das críticas.