Vitória da oposição garante adiamento de votação da reforma trabalhista na CAS, diz Humberto

Humberto coordenou ação que embarreirou governistas e adiou votação da reforma. Foto: Roberto Stuckert Filho
Humberto coordenou ação que embarreirou governistas e adiou votação da reforma. Foto: Roberto Stuckert Filho

 
 
Os parlamentares da oposição conseguiram, na manhã desta quinta-feira (8), adiar a leitura do relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. A apreciação do texto estava marcada para hoje pelos governistas, apesar dos protestos feitos pelo líder da Oposição, Humberto Costa (PT-PE), que condenou a pressa com que os aliados do governo do presidente não eleito Michel Temer (PMDB) querem votar a matéria.
O adiamento foi possível graças a um acordo de calendário de tramitação da proposta, costurado pelos integrantes da comissão. A leitura do relatório e dos votos em separado ficou programada para a próxima terça-feira (13) e a votação ocorrerá no dia 20 de junho. De acordo com o combinado, o texto será votado na última comissão, a de Constituição e Justiça, no dia 28 deste mês.
“Não há o menor clima político para votar uma pseudorreforma, encaminhada ao Congresso Nacional por um governo corrupto e ilegítimo, que vai afetar simplesmente todos os trabalhadores e trabalhadoras deste país. O objetivo da proposta é fragilizar as relações de trabalho e beneficiar o empresariado, que deu sustentação ao golpe de Temer”, resumiu Humberto.
A intenção inicial da base do governo era que o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos na última terça-feira (6), já fosse lido nesta quinta-feira (8). Mas os senadores da oposição questionaram o cumprimento dos prazos, alegando que o regimento interno da Casa prevê um intervalo de pelo menos 48 horas para incluir a pauta em outro colegiado.
“Apesar da tentativa dos aliados de Temer de tratorar para, de forma açodada, votar essa matéria, nós mantivemos a nossa postura firme contra o ataque aos direitos dos trabalhadores e ao próprio regimento do Senado. Diante de uma crise sem precedentes que vivemos, por culpa exclusiva deste governo, o Parlamento não pode achar que está tudo bem neste país”, disse.