Aqui no Congresso, todos da Oposição estamos na defesa de uma investigação isenta sobre os novos fatos envolvendo a execução de Marielle Franco. Vamos convocar @SF_Moro para que ele explique essa sua tentativa de intimidação de uma testemunha como o porteiro. #QuemEstavaNaCasa58 pic.twitter.com/BsHiQFzLXf
— Humberto Costa (@senadorhumberto) 30 de outubro de 2019
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), anunciou, nesta quarta-feira (30), que a oposição vai apresentar um requerimento de convocação na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle da Casa para que o ministro da Justiça, Sergio Moro, explique por qual motivo está agindo como advogado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), interferindo nas investigações do caso Marielle no Rio de Janeiro e intimidando testemunhas.
Não cabe a Moro pedir a abertura de inquérito para investigar um depoente e as autoridades que colheram esse depoimento.
Senador Humberto
Para Humberto, o ex-juiz comete um grave equívoco ao solicitar a abertura de uma investigação pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por conta do depoimento de uma testemunha-chave do caso, o porteiro, e dos investigadores, falando em “possível equívoco na investigação conduzida no Rio ou eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do presidente da República no crime em questão, o que pode configurar crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa”.
O senador avalia que a decisão do ministro é completamente indevida e ele terá de explicar ao Senado por que age como defensor do chefe e se encaminha à PGR para intimidar o porteiro do condomínio do presidente, que testemunhou com fatos negativos e trouxe uma bomba ao Palácio do Planalto.
“Cabe apenas às investigações em curso apontar se o depoente disse ou não a verdade. É a investigação atual que deve chegar à última consequência das apurações. Não compete a Moro e nem a Bolsonaro, de forma alguma, pedir a abertura de inquérito para investigar um depoente e as autoridades que colheram esse depoimento”, finalizou.
O líder do PT no Senado ressaltou que Moro já não atuava com imparcialidade quando juiz da Lava Jato em Curitiba e segue, como ministro em Brasília, agindo contra as leis e a Constituição.
“É público e notório que ele agiu politicamente para chegar onde está. Agora, para se manter no cargo, segue atuando contra as normas”, destacou.