Senado indica Ariano Suassuna para Nobel de Literatura

Ariano Suassuna. Este é o nome de consenso entre os senadores para concorrer ao maior prêmio de literatura do mundo: o Nobel de Literatura. A indicação, que deve ser realizada nos próximos dias pelo Itamaraty, foi aprovada na semana passada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, por meio do requerimento 234/2012.
O nome de Suassuna foi defendido não apenas por ser um dos escritores brasileiros mais reconhecidos, mas principalmente pela valorização na sua obra da cultura nacional e, em especial, sertaneja. “Sua obra traduz os tipos e o espírito nacionais. Tem-se na obra e na vida do escritor, nascido na Paraíba e radicado em Pernambuco, uma expressão filosófica que consegue transpor as limitações temporais e de gerações conseguindo atingir todos os públicos, e transportar-se pelos mais diversos e modernos meios de comunicação”, argumentou o senador Cunha Lima (PSDB-PB), ao justificar a indicação.
A indicação do nome do escritor é encaminhada à Academia Sueca, responsável pela escolha e anúncio dos premiados com o Nobel, previsto para o começo de outubro. A decisão é tomada com base na análise da obra inteira do escritor indicado, observando a mentalidade, estilo e filosofias.
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Vida e Obra – Advogado por formação e escritor por vocação, o paraibano Ariano Vilar Suassuna é um dos principais divulgadores da cultura nacional da atualidade, com obras traduzidas em alemão, espanhol, francês, holandês, inglês, italiano e polonês. Seu contato com a arte iniciou logo na primeira década de vida, quando assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.
A primeira peça (Uma Mulher Vestida de Sol) nasceu na faculdade, época em que também fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco, junto com Hermilo Borba Filho. Desde então, sua missão com a arte ficou ainda mais genuína. Até que, após advogar por seis anos, abandonou a advocacia e se tornou professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco.
Criou o Conselho Federal de Cultura e iniciou, em Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Desde 1990, ocupa a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo. Em 1993, foi convidado a integrar a Academia Pernambucana de Letras. E em 2000, ganhou assento na Academia Paraibana de Letras e o título de Doutor Honoris Causa da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte.
Dentre as obras mais conhecidas do escritor, figuram: O Auto da Compadecida (1955), O Santo e a Porca (1957), Romance d’A Pedra do Reino (1971) e Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971). E a melhor definição sobre sua obra de também está registrada em seus textos: “arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa”.
Fonte: por Catharine Rocha, da Liderança do PT no Senado.