Crescimento do SAMU exige maior valorização dos profissionais de urgência


O Ministério da Saúde trabalha com a meta de ultrapassar em 90% a cobertura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no país até 2014. Mas essa conquista envolve desafios, como a melhoria na formação dos profissionais de saúde nos procedimentos de urgência e emergência. Essa preocupação foi externada por especialistas em audiência pública presidida pelo líder do PT no Senado Federal, Humberto Costa, nesta quinta-feira (9/8) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O senador foi o idealizador e criador do SAMU, ainda quando secretário de saúde da Prefeitura do Recife, em 2001.
“Precisamos valorizar o papel e função dos profissionais que atuam nas áreas de emergência e urgência”, enfatizou Humberto. De acordo com o senador, quem atua nessa área da saúde no Brasil não é tão valorizado como deveria, tal como ocorre em outros países. “A capacitação é fundamental e nossas escolas se afastam da preparação dos profissionais da urgência”, acrescentou o coordenador-geral de Urgência e Emergência da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Paulo de Tarso Abrahão.
Segundo o médico Sérgio Timerman, diretor do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor), hoje não existe homogeneidade na formação dos profissionais de urgência e emergência. “A maioria dos médicos formados hoje não tem preparação suficiente para atendimento em urgência e emergência. Existe pouca atenção a essa classe de profissional de saúde”, destacou Timerman.
O especialista, porém, enfatizou a importância do crescimento do SAMU nos últimos anos e elogiou a iniciativa do senador. Paulo de Tarso explica que, atualmente, o serviço está presente em todos os estados brasileiros, mas somente Sergipe tem o SAMU implementado em 100%.
Timerman alertou também para o crescimento das ocorrências de doenças cerebrovasculares, ampliando a demanda nos serviços de emergência. Segundo ele, essas doenças são hoje a principal causa de mortes no país, excetuando as causas externas.
Também participaram da audiência os assessores técnicos do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Nilo Bretãs, e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Foto: Felipe Barra/ Agência Senado.