Após a decisão do Facebook de derrubar uma rede com 88 contas, páginas e grupos ligados a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro, dos seus filhos – o senador Flávio e o deputado federal Eduardo -, além de aliados políticos, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que não resta dúvida de que uma organização criminosa opera dentro do governo. Para Humberto, que integra a CPMI das Fake News, o reconhecimento do próprio Facebook vai gerar sérias consequências legais aos responsáveis.

Segundo a rede social, que anunciou formalmente a sua ação de derrubada das contas, páginas e grupos, o conjunto removido agia para enganar sistematicamente o público, sem informar a verdadeira identidade dos administradores, desde as eleições de 2018, tanto no Facebook quanto no Instagram. Milhões de pessoas eram alcançadas pelas postagens. O esquema criminosos envolvia a combinação de contas duplicadas e falsas, cujo objetivo era impedir a fiscalização, e por meio do qual pessoas fictícias publicavam conteúdos que simulavam a atividade de veículos de imprensa. 

Havia destruição de reputações, havia ataques a instituições, como o Supremo e Congresso, havia ódio, havia disseminação de notícias falsas até mesmo sobre a Covid-19″

Senador Humberto

Para Humberto, é uma organização criminosa que age articuladamente e que tem base dentro do Palácio do Planalto e nos gabinetes parlamentares dos filhos e apoiadores do presidente. “É um escândalo de grandes proporções, que confirma os trabalhos de investigação da CPMI. Nós vamos, agora, em busca de todos os envolvidos”, explicou.

Um dos operadores do esquema desbaratado é Tércio Arnaud Thomas, assessor especial da Presidência da República, que recebe mais de R$ 13 mil por mês, sem qualquer atividade especificada no Planalto. “Há gente recebendo dinheiro público para coordenar essas milícias digitais enquanto deveria estar trabalhando pelo país. A CPMI fará uma imensa devassa em todo esse esquema e não descansará enquanto não punir exemplarmente esses criminosos”, garantiu Humberto.