Para Humberto, Reforma da Previdência deve piorar crise no Nordeste

Humberto: “É fundamental agirmos. Precisamos ir para as ruas dizer que não vamos aceitar esse projeto que é extremamente danoso para os brasileiros, especialmente para os nordestinos. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado
Humberto: “É fundamental agirmos. Precisamos ir para as ruas dizer que não vamos aceitar esse projeto que é extremamente danoso para os brasileiros, especialmente para os nordestinos. Foto: Alessandro Dantas/ Liderança do PT no Senado

 
Com uma expectativa de vida e uma renda menor que a média nacional, a região Nordeste deverá ser uma das maiores prejudicadas pela Reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer (PMDB). As novas mudanças devem afetar, inclusive, a economia nordestina, que já enfrenta recessão. Segundo dados do IBGE, em 63,5% dos lares do Nordeste a renda de aposentados e pensionistas representa mais da metade da renda domiciliar.
“O Nordeste concentra o maior número de pequenos municípios do país, que sobrevivem basicamente de duas fontes de recursos: do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e da movimentação da economia gerada pela renda de aposentados e pensionistas. Quando a gente retira esses direitos dos trabalhadores, isso enfraquece o comércio, o que acaba criando um impacto econômico muito grande nessas cidades”, afirma o senador Humberto Costa (PT), líder da Oposição.
De acordo com Adelson Freiras, diretor de Organização e Formação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), reforma de Temer também atingirá em cheio os trabalhadores rurais. “Do jeito que está,a proposta prejudica muito quem trabalha na agricultura. No semiárido, por exemplo, a expectativa de vida não é igual ao do resto do País. Mais de 200 municípios na região têm uma expectativa de vida abaixo de 65 anos. Os trabalhadores vão morrer sem se aposentar”, analisa.
O projeto de Michel Temer eleva para 65 anos a idade mínima para os trabalhadores rurais. Hoje, este tempo é de 55 anos para mulheres e de 60 anos para os homens e obriga os segurados do campo a contribuir obrigatoriamente com o INSS. A alíquota ainda deve ser definida.
Para Humberto Costa, apenas a mobilização nacional poderá barrar as medidas que ele considera nocivas ao País e aos trabalhadores. “É fundamental agirmos. Precisamos ir para as ruas dizer que não vamos aceitar esse projeto que é extremamente danoso para os brasileiros, especialmente para os nordestinos”, conclama o senador petista.