Vítimas e familiares da tragédia de Santa Maria continuarão recebendo atendimento pelo SUS


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou as medidas que compõem a terceira fase de toda a ação desenvolvida pelo Ministério da Saúde com os familiares, vítimas e profissionais envolvidos no resgate do incêndio na boate Kiss, em 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). As iniciativas fazem parte de um Termo de Compromisso que vai organizar o serviço de acompanhamento clínico e psicossocial para os envolvidos. O protocolo prevê, ainda, uma rotina de atendimento para todos os casos.
O Ministério trabalha com três prioridades de atendimento: os pacientes que foram internados com comprometimento pulmonar e/ou queimaduras; as pessoas que tiveram contato na boate com os gases e inalante; além dos amigos, familiares das vítimas e profissionais envolvidos no atendimento que precisam de apoio psicológico. Os atendimentos clínicos ficarão centralizados no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Todo o monitoramento será custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Nessa terceira etapa, vamos organizar um serviço especializado de acompanhamento aos pacientes que tiveram problema pulmonar por conta do incêndio e cadastrar aqueles que estiveram no local da tragédia para o monitoramento de sua situação de saúde”, afirma o ministro Alexandre Padilha.
O Termo de Compromisso incluirá, além do Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul, as Secretarias Municipais de Saúde de Santa Maria e de Porto Alegre e a Universidade Federal de Santa Maria/Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM).
Em março, no site do Ministério da Saúde será aberto um espaço para o cadastramento das pessoas que estiveram na boate. Esse cadastro será utilizado para o agendamento e acompanhamento clínico das pessoas expostas ao incêndio.
As vítimas com comprometimento pulmonar, internadas na UTI, foram submetidas a uma série de exames feitos durante a hospitalização como tomografia do tórax, função pulmonar completa e outros exames para avaliar o comprometimento pulmonar. Agora, essas pessoas serão submetidas a novos exames para uma avaliação mais completa.
“Esses exames nos permitem avaliar se houve evolução de alguma lesão pulmonar ou qualquer outro tipo de alteração ou sequela. Esse resultado vai nos ajudar a prever que outras ações clínicas podem ser adotadas”, explicou o ministro Alexandre Padilha.
Acompanhamento psicossocial – Entre as prioridades definidas pelo Ministério da Saúde está a oferta de acompanhamento psicossocial para familiares, amigos, vítimas e profissionais envolvidos no atendimento. A ação focará no fortalecimento e expansão da rede de atenção psicossocial que prevê a contratação e qualificação de profissionais que atuam na área de saúde mental e a formação de equipes móveis que realizem atendimento domiciliar.
O Ministério apoiaráa associação de familiares e amigos, medida que tem se mostrado importante em situações trágicas como a de Santa Maria. Está prevista, ainda, a manutenção, por pelo menos mais seis meses, do serviço de acolhimento 24h no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), de Santa Maria, assim como a qualificação de novos leitos psiquiátricos.
“O acompanhamento psicológico de familiares, amigos e vitimas é o que vai nos dedicar mais esforços. É preciso se criar uma rede permanente para aliviar o sofrimento psicológico, com iniciativas como o apoio a estruturação da associação de familiares, vitimas e amigos”, ressaltou o ministro da Saúde.
Entre os dias 1º e 19 de fevereiro foram realizados 1.078 atendimentos psicossociais dentre os quais, atendimentos individuais, grupais, por telefone, visitas domiciliares a sobreviventes, familiares das vítimas e demais pessoas que estão com sofrimento mental em decorrência do incêndio.
Fonte: Ministério da Saúde.
Foto: Leandro LV.